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Nova prova para o Governo: fim das portagens das ex-SCUT será aprovada?

O fim das portagens em autoestradas ex-SCUT vai ser discutido no Parlamento. A abstenção do Chega é suficiente para fazer passar a medida, tal como aconteceu com a redução do IRS.

Nova prova para o Governo: fim das portagens das ex-SCUT será aprovada?
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O fim do pagamento de portagens nas ex-SCUT vai a debate esta quinta-feira na Assembleia da República. Em cima da mesa estão três projetos de lei, um do PS e outros dois do Bloco de Esquerda e do PCP.

A iniciativa é a primeira a ser agendada para discussão pelos socialistas.

O desfecho destas votações é ainda uma incógnita, mas será uma nova prova para o Governo.

O líder do Chega, André Ventura, ameaçou o Governo que, se nada se alterasse, deixaria passar mais medidas no Parlamento. A abstenção do Chega é suficiente para fazer passar a medida, tal como aconteceu com a redução do IRS.

Proposta tem um custo estimado de 157 milhões de euros

Em declarações à agência Lusa, a deputada do PS Isabel Ferreira defendeu que os socialistas têm "sido coerentes no compromisso com a redução gradual nas taxas de portagem até à sua eliminação".

"Fizemos em 2021 um desconto de quantidade de 25% logo em janeiro, depois em julho de 2021 uma redução de 50% e agora desde janeiro deste ano uma redução de 65%", recordou, referindo-se à governação do PS que integrou como secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.

O "esforço adicional" para que as portagens sejam agora eliminadas na totalidade, de acordo com Isabel Ferreira, tem uma "perspetiva de coesão territorial porque reduz encargos de quem não tem alternativa e permite proporcionar o acesso devido a bens e serviços essenciais".

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A proposta do PS pretende terminar com as portagens na A4 - Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 -Pinhal Interior, A22 - Algarve, A23 - Beira Interior, A24 - Interior Norte, A25 - Beiras Litoral e Alta e A28 - Minho nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

"Esta era uma medida que constava do programa eleitoral do PS", acrescentou, adiantando que a proposta tem um custo estimado de 157 milhões de euros.

De acordo com a deputada do PS, os socialistas estão a ser coerentes ao apresentar uma proposta "exequível, justa e oportuna" e seguindo a trajetória que os socialistas fizerem de "redução gradual" das portagens nas antigas SCUT.

"Esperemos que a proposta seja aprovada porque é uma questão de comprometimento com territórios onde não há alternativa [para circular em segurança] . É mais do que justo do ponto de vista da coesão territorial e deve mobilizar e comprometer todos os partidos", apelou.

Confrontada com o facto de o PS, então com maioria absoluta, ter chumbado em 2023 projetos do PSD, Chega e PCP para acabar com o pagamento de portagens, Isabel Ferreira explicou que então o Governo estava "num processo ainda de redução gradual das portagens, com um grupo de trabalho criado para estudar essa diminuição de custos de contexto associados às questões da mobilidade e da descarbonização".

O que dizem os projetos de lei do BE e PCP?

Na mesma linha e apenas com algumas diferenças nas vias abrangidas são os projetos de lei do BE e PCP.

Os bloquistas pretendem eliminar as portagens para as autoestradas de acesso às regiões do interior (A22, A23, A24, A25, A28, A29, A41, A42) e os comunistas querem abolir este pagamento na A4, A13, A22, A23, A24, A25, A28, A29, A41 e A42.

Os partidos do Governo, PSD e CDS-PP, juntaram-se num projeto de resolução que recomenda a redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas, pretendendo que o executivo apresente ao parlamento os custos envolvidos com a adoção desta medida e um estudo que fixe os valores base que acautelem os custos de manutenção das vias".

Também sem força de lei, o Chega leva ao debate um projeto de resolução que prevê a implementação de um plano gradual de isenção do pagamento de portagens, a IL recomenda ao Governo que avalie o custo-benefício de isentar de portagens as antigas SCUT e o PAN sugere a renegociação dos contratos de parcerias público-privadas do setor rodoviário.

Com Lusa

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