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Detido jovem português que terá ordenado massacres em escolas do Brasil

A Polícia Judiciária deteve um jovem de 17 anos, na zona norte do país, fortemente indiciado pela prática dos crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física qualificada e discriminação e incitamento ao ódio e à violência. A estes crimes, acresce, ainda, a prática de crimes pornografia de menores.

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A investigação da Polícia Judiciária (PJ) contou com a colaboração da Polícia Federal do Brasil e “foi iniciada muito recentemente” devido ao “caráter de urgência, tendo em conta a gravidade das suspeitas". Através da Internet, o jovem, agora detido na zona Norte, “promovia o nazismo, incitando a comportamentos extremistas”.

Ao que a SIC apurou o jovem, que vai ser presente esta sexta-feira à autoridade judiciária para aplicação das medidas de coação, é filho de pais separados e vivia alternadamente entre Vila da Feira e Gondomar.

“O detido criou e gere um grupo na plataforma Discord, já devidamente identificada, onde se agruparam diferentes pessoas apologistas dos mesmos ideais e que pretendiam cometer atos semelhantes aos idealizados e propagados por aquele, como sejam: automutilação grave de jovens, mutilação e morte de animais, difusão de propaganda extremista nazi, instigação e prática da 'missão' de cometer massacres em escolas (filmados e transmitidos através do telemóvel) e, ainda, partilha e venda de pornografia infantil por parte deste suspeito”, lê-se no comunicado da PJ.

Este tipo de condutas, revela a Judiciária, “foram partilhados no grupo", incluindo em "transmissões ao vivo de agressões contra animais que levam à sua mutilação e morte, jovens a beber detergente e a auto mutilarem-se com objetos cortantes”.

Conta a PJ que por meio de um “ideário particularmente violento e extremista, o jovem detido prestava conselhos quanto ao modus operandi e indumentária a envergar pelos demais intervenientes aquando da preparação e prática dos crimes”.

“Entre outros, foi na sequência destes comportamentos que veio a decorrer o ataque com arma de fogo (um revólver calibre 38) numa escola de Sapopemba, no Brasil, resultando na morte de uma jovem do sexo feminino de 17 anos”, lembra a PJ.

No grupo, através da plataforma Discord, o autor material do crime partilhou inclusive imagens da arma e da balaclava (gorro) que iria utilizar, bem como da escola onde o crime iria ocorrer.

Um tipo de criminalidade, sublinha a Judiciária, “que a lei define como criminalidade violenta e criminalidade especialmente violenta, sendo considerados crimes de prevenção e investigação prioritária".

Esta quinta-feira foram realizadas buscas domiciliárias e “apreendido um vasto acervo probatório, designadamente material informático e digital”.

A investigação prosseguirá, tendo como uma das principais linhas de investigação identificar, em termos internacionais, outros agentes dos crimes em que possam estar envolvidos nesta rede e neste tipo de condutas.

O psicólogo e comentador SIC, Mauro Paulino, explicou que perfil é possível traçar de uma pessoa que consegue manipular a esta distância outras a cometerem crimes desta magnitude, e a que sinais devem estar atentos os encarregados de educação.

Além disso, referiu que "apesar de ser jovem já vai responder como adulto do ponto de vista penal".

Ataque fatal em escola em São Paulo

O ataque com arma de fogo numa escola no Brasil, que a Judiciária refere no comunicado, aconteceu em outubro de 2023.

O autor foi um aluno de apenas 15 anos que entrou armado - com uma arma do pai -, na Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo, e atirou indiscriminadamente.

Uma aluno não resistiu aos ferimentos e outras três pessoas ficaram feridas.

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