Luís Goes Pinheiro chegou ao Governo de António Costa, em 2018, como secretário de Estado-adjunto e da Modernização Administrativa. Ganhou destaque quando esteve à frente dos serviços partilhados do ministério da Saúde, na altura da pandemia. Foi ele o escolhido, há seis meses, para chefiar a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Agora, pode estar de saída.
O Executivo ainda não especificou o que irá fazer com a AIMA, mas no passado votou contra a criação do organismo. E a SIC sabe que o Governo de Montenegro pondera substitui-lo.
A ideia da AIMA já estava prevista no programa de António Costa e terá sido acelerada com a morte de um cidadão ucraniano às mãos do SEF, em 2020. Em outubro do ano passado, nascia a agência.
400 mil processos herdados do SEF
“Dar tempo ao tempo” é o pedido da ex-ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentar. Num artigo de opinião no Público, Ana Catarina Mendes reconhece que há problemas e que há muito por fazer na AIMA, respondendo ainda ao Presidente da República, sem nunca se referir diretamente ao próprio.
"Chamar inépcia política a querer uma visão diferente, com a AIMA como expressão de um país aberto ao mundo, ficará com quem o diz".
Cerca de 400 mil processos foram herdados do SEF e ainda não estão resolvidos. E por isso, o novo Governo deixa vários alertas.
Ao DN, depois de uma reunião em Bruxelas, o ministro da Presidência diz que "havia a ideia de que Portugal era um exemplo para a Europa nesta matéria, mas passou de ser uma referência para fonte de preocupação".
Leitão Amaro vai mais longe e garante mesmo que "corremos o risco de passar para a 'lista vermelha" do espaço Schengen".
As críticas vêm também da provedora de Justiça, que, numa entrevista à Renascença, reconheceu que nem tudo vai bem e lembrou que os processos de legalização de migrantes estão a demorar.