Parte da Faculdade do Porto estava destruída, incluindo o salão nobre e o arquivo geral, que agora eram apenas ruínas e cinzas. No entanto, o regime ainda permanecia de pé. O jornal "O Século" destacava um almoço no Palácio de Belém entre o Presidente da República e figuras proeminentes da vida nacional.
Ficamos a saber que a mocidade portuguesa feminina estava a preparar uma exposição dedicada à figura da mãe para o dia 24 de maio. As dirigentes estiveram reunidas para orientar as atividades da semana juvenil, que incluía as provas finais do concurso de rapariga ideal de 1974.
Antes do 25 de Abril, cerca de 70% das mulheres portuguesas entre 20 e 54 anos eram donas de casa. Durante o período da ditadura, algumas profissões eram vedadas às mulheres, sendo que apenas as solteiras podiam ser enfermeiras, telefonistas ou hospedeiras da TAP. Os maridos tinham o direito de abrir a correspondência das esposas, e as mulheres só obtiveram direito de voto universal nas primeiras eleições após a revolução.
Quanto ao humor e à publicidade da época, um anúncio de "máquina de lavar roupa e tampão" ilustra como a mulher era retratada na sociedade portuguesa.
Ao folhearmos os jornais da época, encontramos a história de Maria Cândida, uma mulher de 29 anos e mãe de seis filhos entre os 15 meses e 11 anos, que foi vítima de maus tratos e pediu abrigo ao governo civil após sair de Algueirão e chegar a Lisboa. No dia anterior, a capital já tinha escrito sobre Cândida, relatando que o marido desejava matá-la, assim como ao filho mais velho.
Em 21 de abril de 1974, a partir dos jornais, soubemos que na freguesia de Real, Penalva do Castelo, não havia água nem luz pública. E, neste domingo, o Sporting jogaria contra o Beira-Mar em Aveiro, com o campeonato em plena disputa.