A investigação terá começado em 2020. Depois de apanhado em escutas telefónicas - e de ter sido alvo de buscas há 6 meses - o juiz Hélder Elias Claro foi constituído arguido.
Segundo o jornal Correio da Manhã, as suspeitas são de branqueamento de capitais através de negócios imobiliários e de esquemas de ‘criptmoedas’. Mas também de auxílio à imigração ilegal.
Ao mesmo tempo que decorre o processo crime, o Conselho Superior da Magistratura instaurou um processo disciplinar que levou à pena mais grave: a demissão.
"Considerou o Plenário que houve violação do dever de exclusividade e a prática de atos que, pela sua natureza e repercussão, se mostram incompatíveis com os requisitos de independência, imparcialidade e dignidade indispensáveis ao exercício das funções próprias de um magistrado judicial, nos termos do Estatuto dos Magistrados Judiciais."
Hélder Elias Claro é o quatro juiz, desde 2020, a ter a sanção mais grave.
Na origem da Operação Babel
A investigação ao agora ex-juiz levou à prisão preventiva de Paulo Malafaia, empresário do ramo imobiliário, arguido em dois processos que envolvem as autarquias de Espinho e de Gaia.
Nascia assim, no ano passado, a Operação Babel, na qual também está em preventiva o ex-vice-presidente da Câmara de Gaia.
Como estas suspeitas envolviam um juiz, o que obrigou a que as escutas fossem validadas por uma desembargadora, a investigação durou mais tempo.
Hélder Elias Claro foi transferido de Matosinhos para o tribunal de Vila Real de Santo António.