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Governo português chama embaixador do Irão e faz um apelo e duas exigências

O embaixador da República Islâmica do Irão, Seyed Majid Tafreshi, foi chamado, esta terça-feira, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Governo português chama embaixador do Irão e faz um apelo e duas exigências
Aleksandra Aleshchenko

O embaixador da República Islâmica do Irão foi chamado a apresentar-se, na manhã desta terça-feira, no Ministério dos Negócios Estrangeiros. O encontro, agendado na sequência do ataque contra Israel, não foi com o ministro Paulo Rangel mas com o diretor-geral de Política Externa.

“A reunião, mantida com o diretor-geral de Política Externa, permitiu reiterar de forma veemente e categórica a condenação do recente ataque realizado contra o Estado de Israel”, informa o Governo português, enviado às redações.

Ao embaixador Seyed Majid Tafreshi, Portugal manifestou “a sua profunda preocupação com a escalada do conflito na região”, e apelou "à máxima contenção.

Mas, refere o comunicado, este encontro serviu também para fazer duas exigências.

Uma delas, “a libertação imediata do navio MSC Aries, apresado no estreito de Ormuz, à luz das obrigações de Portugal enquanto Estado bandeira”, bem como “a libertação da tripulação, que deve ser condignamente tratada enquanto o navio se mantiver apresado, dado não se considerarem consistentes as explicações até agora fornecidas”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que fica agora a aguardar “os resultados desta diligência formal e avaliará, em função disso, passos adicionais”.

De acordo com dados avançados pelo ministro da tutela, Paulo Rangel, a tripulação do navio com bandeira portuguesa atacado no estreito de Ormuz, na manhã de sábado, é composta na sua maioria por “indianos, vários paquistaneses, um russo e um cidadão da Estónia”.

Porém, e segundo informação prestada pelo embaixador Seyed Majid Tafreshi à RTP, os 25 tripulantes do navio MSC Aires foram, entretanto libertados, e não foram interrogados, nem estão a ser controlados. A SIC já solicitou esclarecimentos aos MNE sobre a atual situação do navio, estando a aguardar resposta.

Recorde-se que, o cargueiro MSC Aries pertence a uma empresa que faz parte do grupo Grupo Zodiac, do bilionário israelita Eyal Ofer.

O ataque que pôs o mundo em alerta

O Irão lançou na noite de sábado, e madrugada de domingo, um ataque contra Israel, com recurso a mais de 300 'drones' (aparelhos aéreos sem tripulação), mísseis de cruzeiro e balísticos, a grande maioria intercetados, segundo o Exército israelita.

Teerão justificou o ataque com uma medida de autodefesa, argumentando que a ação militar foi uma resposta "à agressão do regime sionista" contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco (Síria), ocorrida a 1 de abril e marcada pela morte de sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.

A comunidade internacional ocidental condenou veementemente o ataque do Irão a Israel, apelando à máxima contenção, de forma a evitar uma escalada da violência no Médio Oriente, região já fortemente instável devido à guerra em curso há mais de seis meses entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

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