Mais de mil pessoas juntaram-se este domingo para uma manifestação na Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, contra o avanço da construção de um projeto habitacional que terá um forte impacto ambiental, destruindo o espaço verde de 54 hectares.
Serão 850 apartamentos, sete andares acima do solo e outros cinco em cave, mais um hotel e um centro comercial. Tudo previsto para ser construído num espaço considerado o último pulmão da orla costeira de Cascais.
Dos 54 hectares, apenas oito devem ficar ‘pintados’ de verde.
Inês Sousa Real, do PAN, lembra que se trata de construção de luxo e não de “soluções habitacionais sequer para a classe média”. Não dando, por isso, resposta sequer às necessidades do concelho.
O partido propõe que o Governo adquira o terreno, através do fundo ambiental ou do PRR, compense o particular - a Alves Ribeiro - e promova a renaturalização daquele espaço.
Este domingo, centenas de pessoas formaram um cordão humano numa ação de protesto promovida pela SOS Quinta dos Ingleses e Alvorada da Floresta.
A desflorestação terá impacto na degradação dos solos e também nos ventos, indispensáveis para a prática de surf na praia de Carcavelos. A juntar à questão ambiental, há também o problema social.
Em outubro do ano passado, a SOS Quinta dos Ingleses avançou com uma ação judicial no tribunal administrativo de Sintra para impugnar o licenciamento da obra emitido pela Câmara Municipal de Cascais em julho.
Agora, preparam-se para interpor uma providência cautelar e apelar à União Europeia se o promotor avançar com a obra.
Há duas semanas a Câmara Municipal de Cascais deu autorização à empresa Alves Ribeiro e ao Colégio Saint Julian's para iniciar a vedação da Quinta dos Ingleses para o início das obras.
O PAN aguarda que as comissões parlamentares tomem posse para que a proposta do partido seja discutida na Assembleia da República, na esperança de conseguir salvar a Quinta dos Ingleses.