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Projeto inovador: Portugal vai ter campos para alimentar abelhas

Até ao fim do ano, sete municípios da região de Coimbra vão transformar áreas florestais em campos de alimentos para abelhas, numa área superior a 13,5 hectares.

Projeto inovador: Portugal vai ter campos para alimentar abelhas
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O projeto BeeFood, apresentado esta semana em Serpins, no concelho da Lousã, pretende criar campos de alimentação "não só para abelhas, mas para todas as espécies polinizadoras, recuperando espaços nos territórios para plantar flora que lhes seja apetecível", explicou o presidente da Comunidade Intermunicipal, Emílio Torrão.

O dirigente acredita que com a instalação dos campos de alimentação se consegue "aumentar as polinizadoras e a produção de mel", através do regresso do equilíbrio dos ecossistemas.

"A existência das polinizadoras é fundamental para a biodiversidade e para a preservação das espécies e da flora natural, sobretudo nos concelhos que são alvo de incêndios e com plantação intensiva do eucalipto e invasão de espécies exóticas".

“Mais do que uma simples intervenção ambiental”

Para Emílio Torrão, que preside também ao município de Montemor-o-Velho, este projeto "é mais do que uma simples intervenção ambiental, sendo um importante passo para passar uma mensagem muito clara sobre a importância da preservação da biodiversidade e promoção da sustentabilidade ambiental".

"Não é uma intervenção isolada, mas sim a continuidade dos nossos investimentos, nomeadamente o combate à vespa velutina (asiática), que prejudica muito e mata as espécies polinizadoras e tem provocado grandes perdas aos apicultores", acrescentou.

O projeto BeeFood

O projeto BeeFood representa um investimento total de 63.242,34 euros, dos quais 50 mil euros são financiados pelo Fundo Ambiental, abrangendo um total de 13,63 hectares nos municípios da Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Penacova, Pampilhosa da Serra e Soure.

O presidente da Câmara da Lousã, anfitrião da sessão de apresentação, salientou que um dos objetivos do projeto "é também contribuir para que a fileira do mel, produto identitário do concelho e da região, possa ter um ecossistema mais adequado e permita que as abelhas tenham melhores condições para a produção de mel".

"A participação deste município no projeto tem vários objetivos, mas um dos importantes passa por "robustecer e potenciar esta marca forte do concelho que é o mel de Denominação de Origem Protegida (DOP) Serra da Lousã", frisou Luís Antunes.

O plano de intervenção vai ser definido pelo Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra, que colabora neste projeto com a CIM Região de Coimbra, que é constituída pelos municípios de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, Mealhada e Mortágua (distritos de Aveiro e de Viseu, respetivamente).

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