Todas as semanas as direções das escolas lançam concursos e refazem horários para as baixas que vão surgindo ao longo do ano ou para os lugares que ficaram por preencher desde o início letivo. Quando não há candidatos, as horas extra sobram para os professores já colocados nas escolas.
O problema afeta alunos do 1º ao 3º ciclo e as matérias curriculares serão difíceis de recuperar para turmas que, desde o início do ano letivo,
estão sem professor a uma ou mais disciplinas das mais variadas, em que se incluem o Português e Matemática, com exames nacionais no 9.º ano.
Sabe-se que o problema se concentra na região de Lisboa e no Algarve e tem sido difícil de resolver.
De acordo com dados do Ministério da Educação, avançados pelo jornal Expresso, entre setembro e a primeira semana de março, foram contratados 23.800 docentes, quase 3.900 não tinham formação específica para dar aulas. O número, no final do segundo período, é já superior às contratações nos três periodos dos dois anteriores anos letivos.
Sem que a formação de novos professores consiga colmatar os que saem, a situação agrava-se. Em média, até 2030, o estudo sobre as necessidades de recrutamento indica que, a cada ano, serão precisos 3.500 novos professores.
Nas contas da Fenprof, o segundo período finaliza com cerca de 44 mil alunos sem professor a, pelo menos, uma disciplina.