António Ferro era eletricista de automóveis e agora goza a reforma na casa de família em Alcabideche. No entanto, a chegada de três cartas tirou o descanso a esta família.
O sogro faleceu em 2011 e o falecimento foi comunicado às finanças, como dita a lei. Desde então que todas as contas e processos burocráticos vêm em nome da sogra - mas algo correu mal.
Irene, tem 84 anos, e vê-se agora a braços com uma dívida às Finanças referente ao IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis. O problema é que esses valores foram pagos no devido tempo.
“Na semana passada, apareceram três cartas do IMI para serem pagas durante o mês que vem. Nós achamos esquisito. Fomos ver, estava tudo pago (...) Fomos às Finanças, eu e a minha sogra. A própria funcionária não sabia o que se estava a passar”, disse à SIC António Ferro.
Apesar das Finanças não terem uma justificação para o envio destas cartas, o que foi dito a esta família é que pode estar relacionado com o facto de não terem reportado o falecimento do sogro ao fisco, mas António tem provas de como foi tudo feito como dita a lei.
Erro ou não, as Finanças estão a ser inflexíveis. Apesar de todas as provas, a idosa vai ter de pagar, de uma vez, quase 400 euros. Receberam ainda um aviso: caso não o façam até finais de abril, serão cobrados juros e a dívida aumentará.
"A minha sogra recebe uma pequena reforma. Pelos valores que estão aqui, a senhora vai ficar sem dinheiro. Agora diga-me uma coisa: a minha sogra vai comer de quê?", questionou António.
A solução passa mesmo por pagar o valor. As Finanças explicam que o dinheiro será depois devolvido, mas não avançam com uma data.
Este não é um problema apenas desta família. À porta das Finanças de Cascais, António cruzou-se com pessoas na mesma situação. A grande maioria são idosos e todos os casos estavam relacionados com o falecimento de familiares.
A SIC pediu esclarecimentos ao Ministério das Finanças e à Autoridade Tributária sobre as cobranças, mas até à data não obteve resposta.