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Hepatite A: tudo o que se sabe sobre o surto identificado em Portugal

A DGS registou 23 casos entre 1 de janeiro e 5 de março, a maioria homens entre os 20 e os 49 anos. As Autoridades de Saúde recomendam a notificação de casos suspeitos e apelam à vacinação. A vacina contra a hepatite A tem de estar refrigerada, não tem muita procura e por isso está disponível em poucas quantidades para evitar o desperdício. A Associação Nacional das Farmácias garante que ainda há vacinas disponíveis na maioria das farmácias.

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O aumento de casos de hepatite A em relação ao mesmo período do ano passado justifica o alerta da Direção-Geral da Saúde. Está identificado um surto. Desde o início do ano e até dia 5 de março foram registados 23 casos.

A maioria dos infetados são homens entre os 20 e os 49 anos e em 44% dos casos o vírus foi transmitido através de relações sexuais.
Não há casos graves mas é importante estar atento.

A hepatite A é muitas vezes assintomática mas podem surgir sintomas bastante idênticos aos de vários outros vírus: fadiga, perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia. Nos casos que agora surgiram o alerta foi dado pela icterícia, ou seja, olhos amarelos.

O vírus da hepatite A pode ser transmitido através de relações sexuais e pelo consumo de água ou alimentos contaminados.

A autoridade europeia de segurança alimentar lançou um alerta sobre a deteção em Espanha de lotes de morangos contaminados vindos de Marrocos. A DGS diz que até ao momento não parece haver qualquer associação com o consumo de alimentos específicos.

Ainda assim, as autoridades deixam recomendações claras: É preciso lavar bem as mãos antes e depois das refeições, higienizar os espaços sobretudo onde são confecionados os alimentos e reforçar a vacinação.

A vacina contra a Hepatite A tem de estar refrigerada, não tem muita procura e por isso está disponível em poucas quantidades para evitar o desperdício

“Neste momento o que sabemos é que ainda existem vacinas no mercado, que os distribuidores já estão alertados para terem de reforçar os stocks para poder acompanhar as necessidades. Pode acontecer não haver a vacina e a farmácia ter de solicitar a vacina, poderá ser da manhã para a tarde ou, por vezes, é necessário falar diretamente com o laboratório o que pode fazer com que só esteja disponível dentro de 1 ou 2 dias”, explica Ema Paulino, presidente da direção da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

A vacina não é gratuita, para ser administrada é preciso uma receita médica, mas tem comparticipação e custa cerca de 15 euros.

Em 2017, houve um surto de hepatite A em Portugal e na altura a DGS disponibilizou a vacina gratuitamente.

"Se entretanto houver um enquadramento legislativo que permita fazer comparticipação adicional, isso pode acontecer e os sistemas informáticos da farmácia farão a adaptação para poder disponibilizar a vacina sem custos", aponta Ema Paulino.

As autoridades de saúde pedem que qualquer caso suspeito seja notificado. Em caso de viver com um infetado, deve ser vacinado até duas semanas depois do primeiro contacto e estar atento aos sintomas.

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