País

Pedidos de ajuda alimentar disparam no Porto

O Banco Alimentar do Porto afirma que o número de pedidos aumentou nos últimos meses, sendo o custo de vida o principal motivo. Ainda que as contribuições sejam cada vez maiores, não são suficientes para dar resposta a todos.

Loading...

O Banco Alimentar do Porto apoia 300 instituições e os pedidos de apoio não param de aumentar.

Os produtos frescos, como fruta e legumes, são os primeiros a sair. Ficam no máximo dois dias no armazém até serem entregues às instituições. O Banco Alimentar do Porto apoia 300 instituições.

"Temos notado que nos últimos meses de 2022, e já no início de 2023, que os pedidos de ajuda por parte das instituições têm aumentado. O número de instituições que nos vem bater à porta também tem aumentado. No ano passado, tínhamos reencaminhado 93 pedidos de ajuda. Neste momento, já vamos em 263 pedidos", indicou António Serôdio, da Direção do Banco Alimentar do Porto.

António Serôdio acrescenta que o retrato de quem pede ajuda está a mudar.

"Quem nos pede ajuda são maioritariamente famílias monoparentais, ou famílias em que existe um casal com um, dois ou três filhos mas em que entra apenas um rendimento em casa. Temos também pedidos da comunidade estrangeira que chega ao nosso país, principalmente a comunidade brasileira, mas que ao final de dois ou três meses encontra trabalho e deixa de nos pedir ajuda".

"Temos muitas famílias que vêm para Portugal com vontade de trabalhar, que até arranjam emprego, mas há precariedade na questão do trabalho. Não conseguem fazer face àquelas que são as despesas básicas. Esta é a realidade neste momento. Mudou radicalmente porque há cinco, dez anos atrás tínhamos mais mais pessoas com Rendimento Social de Inserção (RSI) e reformados, e neste momento não são esses que nos aparecem em maior número", explica Inês Pinto Cardoso, Diretora Técnica do Banco Alimentar do Porto.

A doação de alimentos até está a aumentar, mas a boa vontade dos portugueses não consegue contrariar a tendência.

"Aqui, no distrito do Porto, as pessoas têm vindo a contribuir mais. Neste momento, para o número de pedidos que estamos a receber ainda é insuficiente, principalmente em alimentos que nós notamos que são essenciais mas que também estão muito mais caros. O azeite é um desses alimentos, o leite também. As pessoas têm rendimentos, só que não são suficientes para aqueles que são os encargos mensais que têm", acrescenta a Diretora.

É o aumento do custo de vida a contribuir para o enraizar do problema.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do