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Grupo VITA recebeu mais de 70 pedidos de ajuda em oito meses

Num balanço aos primeiros oito meses de atividade, o Grupo VITA reporta que a maior parte dos pedidos de ajuda vêm de "pessoas adultas vítimas de violência sexual na infância ou adolescência".

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O Grupo VITA, criado para dar apoio às vítimas de abuso sexual na igreja católica, faz um “balanço positivo” dos primeiros oito meses de atividade. O comunicado surge um ano depois da divulgação do relatório da Comissão Independente.

“O relatório da comissão independente foi um ponto de viragem determinante para a Igreja Católica em Portugal que, desde então, não mais pode alegar o desconhecimento de situações sexualmente abusivas ocorridas no seu seio”, escreve o Grupo VITA num comunicado enviado aos jornalistas.

O Grupo VITA foi criado há oito meses com o objetivo de dar apoio às vítimas de agressão sexual por elementos ligados à igreja católica. Desde então “recebeu 71 pedidos de ajuda e realizou 45 atendimentos”. A organização prevê realizar “mais atendimentos ainda durante o mês de fevereiro”.

“Na sua maioria, as situações reportadas dizem respeito a pessoas adultas vítimas de violência sexual na infância ou adolescência, existindo também situações de adultos especialmente vulneráveis.”

Atualmente, 13 pessoas estão a receber “apoio psicológico e psiquiátrico” regular, enquanto oito foram “encaminhadas para este tipo de apoio e estão numa fase inicial do processo”.

O Grupo VITA destaca também a atuação ao nível da “formação e capacitação das diversas estruturas da Igreja”, tendo realizado um “primeiro ciclo de formação inicial com os elementos das comissões diocesanas”.

“Estão já agendadas ações formativas dirigidas a catequistas, professores de EMRC [Educação Moral Religiosa e Católica], docentes de escolas católicas e professores de escolas publicas (com estes últimos, através da Direção Geral da Educação)”, acrescenta.

Além disso, anuncia ter “a decorrer cinco projetos de investigação”. Estará também a preparar uma “proposta concreta” sobre os “processos de reparação financeira”.

“Fazemos um balanço positivo destes primeiros oito meses e sentimos que existe um processo gradual de confiança por parte de quem nos pede ajuda”, afirma ainda o Grupo VITA. “Com as diversas estruturas da Igreja em geral, e com as Comissões Diocesanas, em particular, apostamos num trabalho em rede e em parceira, imprescindível para uma verdadeira mudança de cultura, práticas e valores.”
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