O Porto vai ter um novo transporte público, mais precisamente a linha de metrobus, que vai ligar a Boavista à Foz e também à rotunda da Anémona, em Matosinhos. A primeira etapa da obra termina no verão, mas os veículos e a fábrica de produção de hidrogénio só devem estar prontos no final do ano. A SIC esteve em Nantes, onde este serviço existe há quase 20 anos.
No centro da cidade francesa de Nantes há ciclovias nos passeios e nas estradas e um vai e vem permanente de transportes públicos.
Com tempos de espera muito curtos e um bilhete semelhante ao Andante, é possível viajar de metro ligeiro, de autocarro, barco e até usar o sistema de partilha de bicicletas, e há ainda o metrobus, que chegou a Nantes em 2006 e deixou os franceses rendidos.
Argumentos que terão pesado também na decisão de construir no Porto um sistema BRT (bus rapid transit), ou metrobus, que vai custar quase 80 milhões de euros, financiados pelo PRR.
Em Nantes a comitiva da metro, Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) e da autarquia ficou a conhecer a revolução da mobilidade à francesa, onde o boom de bicicletas tem sido um travão aos carros no centro da cidade.
Nantes, a cidade exemplo
Nantes serve de exemplo para vender as vantagens do metrobus, mas há uma linha que separa as duas cidades: a faixa da bicicleta.
No Porto a mobilidade suave é um projeto adiado não haverá novas ciclovias na linha BRT entre a Casa da Música e a Praça do Império. Na Foz
mantém-se esta na zona poente da Boavista.
No jogo das diferenças entre Portugal e França salta também à vista o combustível.
A comitiva portuense viu mas não comprou o sistema de carregamento de oportunidade que existe em Nantes, e alimenta as baterias dos veículos elétricos enquanto esperam pelos passageiros.
Tanto os veículos metrobus, como a central de produção de hidrogénio não vão estar prontos quando a empreitada terminar, porque foi necessário lançar um 2º concurso público, sendo no entretanto a alternativa os autocarros da STCP
Fim das obras previsto para julho
Um ano já passou desde o arranque da obra que deve estar pronta em julho.
A linha BRT vai ligar a Casa da Música à Praça do Império em 12 minutos e depois à rotunda anémona, em Matosinhos, em 17 minutos.
Vai circular num canal dedicado na Avenida da Boavista, mas em quase todo o trajeto da Marechal Gomes da Costa irá partilhar a via com o carro.
O defeito, dizem os críticos, é que o trajeto não passa no Campo Alegre e mantêm-se todas as faixas de rodagem para o automóvel.
O metro bus quer conquistar mais de 20 mil passageiros por dia e tirar 3.500 carros desta zona do Porto.