Há cada vez mais pessoas a chegar aos 100 anos. Numa década, o número quase duplicou e são agora cerca de três mil pessoas a atingir o centenário.
Em Portugal, numa década, o número de centenários cresceu 78%, para perto de 3.000, e dentro de 25 anos, esse número poderá rondar os 10 mil.
A caminho dos 101 anos, Albertina Madeira dirige o jornal Ecos da Serra, fundado pela irmã mais velha em 1967, na pequena aldeia de Alte, no coração do Algarve.
Albertina Madeira é uma das cerca de 3.000 pessoas que, em Portugal, passaram - com distinção - a barreira dos 100 anos.
Quando questionada sobre o que é que a mantém viva, Albertina responde que é “o não ficar parada”.
“É o não ficar parada numa cadeira, a olhar para a televisão. Estou sempre a trabalhar. Faço o serviço todo de casa e depois leio, escrevo, faço croché, faço tricôt”, explica.
Noites bem dormidas, alimentação regrada, exercício físico e relações sociais consolidadas, contribuem para o envelhecimento saudável da população, e a genética dá também uma ajuda.
“Há claramente um fator genético e um fator hereditário. Nós sabemos que famílias que têm uma longevidade aumentada, em geral, a família vai ter”, explica a neurocientista do Instituto de Medicina Molecular (iMM) Luísa Lopes.
Em 1923 a esperança média de vida em Portugal era de 35 anos. Já em 2020 havia 2940 pessoas com idade acima dos 100 anos.
Estima-se que, nos próximos 25 anos, Portugal ultrapasse os 10 mil centenários, engrossando o topo da chamada "pirâmide etária", cuja base está, cada vez mais enfraquecida.