País

SNS paga sete milhões por mês em camas ocupadas por pessoas com alta

A maioria destes doentes sociais são idosos que esperam por vagas em lares da Misericórdia de Lisboa. Há muitos hospitais que pagam para garantir a sua estadia em lares para desocupar as camas para doentes que precisam.

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Há quase 500 camas de hospitais ocupadas por pessoas que já tiveram alta e não precisam de internamento, sendo a maioria idosos que aguardam por vagas em lares.

Há uma senhora com 83 anos que deu entrada no hospital de São José há três meses com uma fratura do colo do fémur. Foi operada e tratada, tendo alta um mês depois. No entanto, continua internada. Já passaram 60 dias.

A octogenária tem também uma doença degenerativa e sem possibilidades financeiras para pagar um lar e sem apoio familiar, aguarda que a Misericórdia de Lisboa lhe arranje vaga. Enquanto isso não acontece, ocupa uma cama num dos serviços mais diferenciados do hospital, o centro de responsabilidade integrada de traumatologia ortopédica.

Nesta segunda feira, este serviço de 26 camas tem duas ocupadas com os chamados doentes sociais, mas há outros noutros serviços.

No total são 27 pessoas que já não estão doentes e que continuam internadas no centro hospitalar de Lisboa central à espera de vaga num lar da Misericórdia de Lisboa.

Este centro hospitalar, que precisa de camas para internar doentes críticos que ficam horas ou dias na urgência à espera de vaga nos serviços, como outros no país, acaba por comprar diretamente lugares em lares privados, por não ter resposta das entidades publicas.

Nos últimos dias, saíram do hospital quatro idosos que foram para lares da Segurança Social (SS), ao abrigo de um acordo entre o Ministério da Saúde e o da SS social que prevê 600 vagas para os chamados doentes sociais.

Desses quatro, um tinha 93 anos e estava no hospital de São José há cinco meses. Prevê-se que nos próximos dias saiam mais três.

Segundo contas da direção executiva do SNS, a semana passada os hospitais tinham 476 doentes sociais internados a aguardar lugar em lares.

Se cada uma destas camas hospitalares custa 500 euros por dia, quer dizer que, por mês, o SNS tem um gasto de sete milhões de euros por mês, numa despesa que não lhe pertence.



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