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Jovem estava "bem tratada" e não foi obrigada a ficar fechada em casa, diz PJ

O inspetor Jorge Leitão, da diretoria do Centro da PJ, conta que não tem elementos que indiquem que a jovem de 16 anos, que estava desaparecida desde maio de 2022, foi obrigada a ficar fechada numa casa.

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Oito meses depois de ter desaparecido da casa onde vivia com os pais, a jovem Luana, de 16 anos, foi encontrada esta terça-feira. A Polícia Judiciária (PJ) garante que estava "bem" e admite que a menor teria “um relacionamento” com o suspeito, agora detido.

“Em termos de pessoa, ela [Luana] estava na sua liberdade. Estava numa determinada casa, na companhia de uma determinada pessoa – precisamente a pessoa que está detida, um senhor de 48 anos. Mas ela estava livre", frisou o inspetor Jorge Leitão, da diretoria do Centro da PJ.

Ainda assim, “pelo menos, em regra ela não saía de casa, normalmente estava confinada à casa”. Mas esclareceu o responsável da PJ, “não temos nenhum sinal que possamos dizer que era alguém que estava a obrigá-la a ficar fechada em casa. Não temos qualquer elemento que aponte [nesse sentido]”.

Além de confirmar que o suspeito detido não tem “antecedentes criminais”, era “aparentemente uma pessoa devidamente integrada, estruturada”.

E a jovem Luana, como estava quando a encontraram? “Estava numa residência, bem tratada, a fazer o que gostava. [Esse é aliás] um dos problemas: o vício do jogo online. (…) Era isso que estava a fazer. Era esse o seu dia e predominantemente era essa a sua história de vida”, ou seja, jogar online.

O inspetor Jorge Leitão admite que “havia um relacionamento” entre ambos que, disse aos jornalistas, “terá surgido precisamente na ambiência do jogo online”.

Questionado sobre como e quando ocorreu a detenção do suspeito de 48 anos, o responsável da PJ disse que não foi na residência em Évora mas na zona e reagiu “com calma”.

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Luana saiu para ir à escola e não mais foi vista

No manhã do dia 30 de maio de 2022, Luana Pereira saiu de casa para ir à escola. Despediu-se da mãe mas nunca mais foi vista.

Poucos dias depois, no programa Casa Feliz da SIC, a mãe Paula apelou a que a filha voltasse para casa. "Filha, se estiveres a ver isto, por favor diz alguma coisa ou volta para casa. O pai e a mãe estão muito angustiados. Volta filha, nós amamos-te muito”. Mas Luana nada disse.

Mais tarde, no final de julho, no programa Linha Aberta da SIC, a mãe Paula revelou mais pormenores e explicou o porquê de a adolescente estar sinalizada na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). Durante a pandemia, a filha “faltava às aulas online”.

Garantindo que não notou nada de estranho no comportamento da filha, Paula disse não saber qual o motivo do desaparecimento mas admitiu estar relacionado com “o facto de a filha jogar online com outras pessoas”.

Creio que foi através dos jogos online que a pessoa em questão fez o favor de me tirar a minha filha”, disse Paula em julho de 2022 em declarações ao Linha Aberta.

Uma ligação que aparentemente, e de acordo com o comunicado divulgado hoje pela PJ, parece confirmar-se.

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