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Nova suspeita de incompatibilidade envolve Ministério de Pedro Nuno Santos

Em causa, a entrada da mulher do secretário de Estado das Infraestruturas no conselho de administração de uma entidade reguladora.

Nova suspeita de incompatibilidade envolve Ministério de Pedro Nuno Santos
Ana Martingo

Há mais uma suspeita de incompatibilidade no Governo, desta vez no Ministério das Infraestruturas, liderado por Pedro Nuno Santos. Em causa, a contratação da mulher do secretário de Estado das Infraestruturas para uma entidade reguladora como consultora jurídica.

Segundo o Observador, a mulher do secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Santos Mendes, foi contratada para consultora jurídica do Conselho de Administração da Autoridade de Mobilidade e Transportes que é diretamente tutelada pelo marido.

A contratação ocorreu, segundo o jornal, um mês e meio depois de o ministro Pedro Nuno Santos ter delgado em Hugo Santos Mendes "todas as competências que lhe estavam “legalmente atribuídas” relativamente à Autoridade de Mobilidade e Transportes".

A entidade reguladora e o Ministério das Infraestruturas e Habitação, questionados pelo Observador, rejeitaram que exista qualquer incompatibilidade nesta ligação.

Em resposta ao jornal, o Ministério das Infraestruturas e Habitação considerou não existir "qualquer incompatibilidade à luz do regime jurídico do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos".

"Desde o início do XXIII Governo Constitucional, o ministro das Infraestruturas e da Habitação [Pedro Nuno Santos] mantém a tutela direta da CP - Comboios de Portugal, E.P.E., e da Infraestruturas de Portugal, S.A.", justificou.

A tutela acrescentou ainda que é o ministro Pedro Nuno Santos que reúne "as competências para a definição de orientações estratégicas e fixação de objetivos relativamente às políticas de infraestruturas e do transporte ferroviário, não tendo delegado essas competências em nenhum dos secretários de Estado".

Por sua vez, a Autoridade de Mobilidade e Transportes, questionada pelo Observador, disse que a contratação da mulher do secretário de Estado das Infraestruturas enquadra-se numa "reestruturação interna" que visou o "reforço da capacitação técnica dos seus quadros, nomeadamente através do lançamento de concursos para a contratação de recursos humanos qualificados".

Ana Cristina Chéu é advogada de profissão e defendeu, em 2014, os dois jovens detidos no caso Vasco da Gama.

A contratação de Ana Cristina Chéu

A contratação foi feita por Ana Paula Vitorino, antiga ministra do Mar, de quem Ana Cristina Chéu, a mulher do secretário de Estado, foi chefe de gabinete.

A candidata Ana Cristina Chéu teve a melhor nota no concurso para a função, em que foi avaliada pela própria presidente Ana Paula Vitorino.

A entidade reguladora e o Ministério das Infraestruturas disseram ao Observador não ver qualquer incompatibilidade. Questionado pela SIC, disse não ter mais nada a acrescentar.

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