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Praça de touros de Sevilha passa a oferecer bilhetes a crianças menores de oito anos

Esta medida, anuncia pela empresa que gere a praça de touros sevilhana, é apresentada numa altura em que as corridas de touros são cada vez mais questionadas. O ministro da cultura espanhol, inclusive, decidiu abolir, há poucos dias, o Prémio nacional da Tauromaquia.

Praça de touros de Sevilha passa a oferecer bilhetes a crianças menores de oito anos
Miguel Michán - www.miguelmichan

A Pagés, a empresa espanhola que gere a praça de touros de Sevilha, em Espanha, decidiu passar a oferecer bilhetes a todas as crianças com menos de oito anos com o objetivo de incutir a tradição, que tem vindo a ser posta em causa, nas novas gerações.

A Pagés revela que todos os adultos que adquiram bilhete para as 'novilhadas' - corrida que envolve touros mais jovens – na Praça de Touros de la Maestranza, em Sevilha, recebem um ingresso gratuito para uma criança com idade inferior a oito anos. Para a empresa esta é "a melhor forma de introduzir os mais pequenos" no mundo da tauromaquia.

Citado pelo The Guardian, José Enrique Zaldívar, presidente da Associação Espanhola de Veterinários Abolicionistas das Touradas, afirma que esta é uma decisão que não deveria ir avante.

"Pensamos que é errado permitir que crianças pequenas assistam a estes espetáculos, porque ver animais a sofrer pode causar danos psicológicos", explica.

Esta medida surge numa época em que as corridas de touros são cada vez mais questionadas, embora em Espanha continuem a atrair multidões.

Os críticos apontam o dedo à tradição dizendo que obrigar os touros a enfrentar situações de tensão, que, geralmente, no país vizinho, acabam com a morte do animal na arena, é um ritual cruel que deve ser erradicado da sociedade.

Já os aficionados garantem que é essencial preservar a tradição, não só por questões culturais, como também por razões económicas, visto que é um setor que movimenta milhões anualmente.

Esta decisão da Páges surge poucos dias depois de o ministro da Cultura espanhol, Ernest Urtasun, ter abolido o prémio nacional que distingue, desde 2013, pessoas ligadas à área que se destacam no desempenho das suas funções.




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