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Peritos da ONU horrorizados com valas com cadáveres de pessoas sepultadas vivas em Gaza

As Nações Unidas salientam que as mulheres e as crianças "são dos mais expostos aos perigos" no conflito entre Israel e Hamas. Quase metade dos mais de 34 mil palestinianos mortos são crianças e um terço, mulheres.

Peritos da ONU horrorizados com valas com cadáveres de pessoas sepultadas vivas em Gaza
Mohammed Dahman

Peritos das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos expressaram esta segunda-feira o seu "horror" com a descoberta de valas comuns com cadáveres de pessoas que tinham sinais de tortura, execução e de terem sido enterradas vivas pelos militares israelitas.

"Estamos horrorizados pelos detalhes sobre as fossas comuns recentemente descobertas na Faixa de Gaza. Mais de 390 corpos foram descobertos nos hospitais Al Nasser e Al Shifa, incluindo de mulheres e crianças, muitos dos quais parecem ter sinais de tortura e execuções sumárias e possíveis casos de pessoas enterradas vivas", apontaram, em comunicado.

Dez dos corpos foram encontrados com as mãos atadas, enquanto outros ainda tinham tubos médicos ligados, indicando que podem ter sido enterrados vivos, disse o membro da defesa civil Mohammed Mughier.

“Precisamos de exames forenses para aproximadamente 20 corpos de pessoas que acreditamos terem sido enterradas vivas”, disse Mughier.

Apenas 65 corpos dos 392 recuperados foram identificados por familiares devido à decomposição, mutilação e tortura, ou outras dificuldades, disse Yamen Abu Sulaiman, chefe do departamento de defesa civil no sul de Khan Younis, onde o Hospital Nasser está localizado, acrescentando que os corpos estavam “empilhados” e apresentavam indícios de execuções no terreno.

Mulheres e crianças "são dos mais expostos aos perigos"

De acordo com os peritos da ONU, as mulheres e as crianças "são dos mais expostos aos perigos" neste conflito. Quase metade dos mais de 34 mil palestinianos mortos são crianças e um terço, mulheres.

Entre os mais de 78 mil feridos, cerca de 75% são mulheres e dos mais de oito mil desaparecidos mais de metade são mulheres e crianças, segundo as estimativas dos peritos da ONU.

Estes números representam uma média de 63 mulheres mortas por dia, das quais 37 são mães. Um total de 17 mil crianças palestinianas ficaram órfãs desde o início da ofensiva israelita.

Acresce ainda que 1,7 milhões de deslocados internos e outros 1,1 milhões de habitantes da Faixa de Gaza sofrem "níveis catastróficos" de insegurança alimentar.

Os peritos da ONU destacam ainda os casos de mulheres e raparigas palestinianas desaparecidas e criticaram o governo israelita por não ter feito uma investigação "independente, imparcial e eficaz" às acusações de agressão e violência sexual contra mulheres e raparigas.

Artigo atualizado às 09:55

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