Mundo

Há um país que quer que mentir passe a ser crime... se o culpado for um político

No Parlamento do País de Gales, discute-se uma proposta para criminalizar as mentiras dos políticos. Se for aprovada, será a primeira lei do género.

Há um país que quer que mentir passe a ser crime... se o culpado for um político
Paul Bradbury

E se os políticos estivessem proibidos de dizerem “inverdades”, sob pena de incorrerem num crime? É isso que pode vir a acontecer no País de Gales, se o Parlamento aprovar uma proposta que está em cima da mesa.

Criminalizar as mentiras dos políticos é a ideia por trás de uma possível nova lei naquele país - inédita, de acordo com o The Guardian.

Um argumento utilizado é que já há leis que proíbem a mentira noutras áreas públicas e profissionais e que a política não deve ficar de fora.

Um dos principais impulsionadores da proposta é Adam Price, antigo líder do Plaid Cymru, partido de centro-esquerda que defende a independência do País de Gales do Reino Unido, que fala numa questão “essencial”, numa altura em que o populismo e a desinformação estão a tomar conta da política e dos atos eleitorais.

De acordo com uma emenda proposta por Price, um deputado ou candidato a deputado no País de Gales ficaria impedido legalmente de enganar o Parlamento ou o público.

“O público está cansado – e com razão - de ver certos políticos mentirem e saírem impunes”, afirma Adam Price, citado pelo The Guardian.

“Temos o poder de mudar as regras para que todos os políticos ajam com integridade, honestidade e respeito”, defende. “Estamos a tentar restaurar o que devia ser um princípio básico: que os políticos nunca, deliberadamente, tentem enganar.”

A proposta estará a receber o apoio dos Liberais Democratas e do Partido Conservado, e também o próprio primeiro-ministro do País de Gales, Vaughan Gething, já afirmou que concorda com o “príncipio geral” da proposta e que está a considerá-la.

Se a lei for aprovada, o autor espera estabelecer um “precedente” e que a criminalização da mentira política seja “adotada por democracias em todo o mundo”.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do