O chefe do Governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, faz esta segunda-feira uma declaração ao país depois de na quarta-feira ter revelado que ponderava demitir-se. Em causa está a abertura de um "inquérito preliminar" por alegado tráfico de influências e corrupção da sua mulher, Begoña Gomez.
O editor de Internacional do Expresso considera que "as queixas contra Begoña Gómez não parecem muito sólidas na medida em que estamos a falar, segundo a imprensa espanhola, de um processo lançado por uma organização ligada à direita radical e baseada sobretudo em recortes de imprensa".
"Se Pedro Sánchez sair, não será com certeza por acreditar ou por reconhecer qualquer credibilidade à acusação que é feita contra a sua mulher."
O Ministério Público pediu o arquivamento, dessa queixa, não a considerando credível.
"A ideia de que a pressão, a polarização e os golpes baixos a que se chega na política espanhola ultrapassam a sua capacidade de encaixe e Sánchez prefere, para proteger a sua vida pessoal e familiar, abandonar o cargo será essa, ou seja, se ele sair, apresentará essa justificação".
Pedro Cordeiro deixa no entanto no ar se Sánchez tem outros motivos para sair "se tem outros cálculos".
"Pedro Sánchez é alguém que sempre soube calcular sempre sobre soube fazer das derrotas, vitórias (...) ele é um camaleão que se reinventa dia após dia e pode estar aqui com outro ás na manga, desde uma saída para um cargo europeu a uma saída para voltar pouco depois ou para sair, mas deixando o Partido Socialista em condições melhores do que se disputar eleições noutro momento qualquer".