Trinta e dois chefes da polícia europeia, incluindo o diretor nacional da Polícia Judiciária, participaram numa conferência sobre o uso frequente de encriptação nas plataformas de mensagens. Todos concordaram que o conteúdo encriptado prejudica a investigação e reduz os meios para conseguirem prevenir o crime.
Os polícias lembram que é necessário garantir a segurança e privacidade dos dados, mas é igualmente importante permitir a investigação criminal, numa altura em que o crime é cada vez mais virtual. Referem também que sem acesso às mensagens torna-se mais difícil chegar a quem pratica crimes graves, como por exemplo o abuso sexual de crianças ou o tráfico de seres humanos.
Numa declaração conjunta, a que o Diário de Notícias teve acesso, a Europol e a National Crime Agency, do Reino Unido, exigiram aos governos e empresas como a Meta, responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, a "tomarem medidas urgentes para garantir a segurança pública em todas as plataformas tecnológicas".
Em dezembro, a Meta anunciou que passaria, de forma automática, a encriptar também as mensagens do Messenger, o que significa que a empresa deixa de vigiar o que é escrito e a informação não pode ser denunciada às autoridades.
A criptografia ponta-a-ponta protege mensagens durante o processo de transferência e o conteúdo só fica acessível a quem envia e recebe a mensagem.