À hora a que o secretário-geral da NATO cumprimentava Volodymyr Zelensky, em Kiev, a Rússia anunciava a conquista de mais uma cidade na região de Donetsk. A troca de elogios entre os dois, na visita não anunciada de Jens Stoltenberg à Ucrânia, esbarra com a realidade no terreno.
Avizinha-se um verão difícil na Ucrânia. A Rússia estará a preparar uma nova investida em larga escala e o armamento enviado pelos Estados Unidos da América (EUA) está atrasado.
“Começou a chegar qualquer coisa (referindo-se ao pacote de ajuda dos EUA). Não posso dizer exatamente os pormenores. Infelizmente, ainda não é suficiente para o nosso exército”, afirmou o Presidente ucraniano.
Enquanto a ajuda prometida não chega, a NATO já prepara o próximo movimento: criar um fundo especial de 100 mil milhões de euros para a defesa da Ucrânia nos próximos cinco anos.
“Consequências graves no campo de batalha”
No final da reunião, o secretário-geral da NATO apontou o dedo à Europa, afirmando que "os aliados não cumpriram o que prometeram.
“Os Estados Unidos passaram meses sem chegar a acordo sobre um pacote para a Ucrânia e os aliados europeus não entregaram a quantidade de munições que prometeram. E isso teve consequências graves no campo de batalha”, atirou Stoltenberg.
Enquanto a NATO fala em apoio militar, a Rússia mostra o equipamento que conseguiu capturar. Imagens da TV estatal russa exibem a preparação de uma exposição que vai abrir em Moscovo, esta quarta-feira, com 30 veículos militares enviados pelo ocidente para a Ucrânia.