Em várias partes das Filipinas, da Tailândia, do Bangladesh e da Índia, milhões de pessoas enfrentam temperaturas extremas agravadas pelo fenómeno El Niño. As elevadas temperaturas são uma ameaça para a saúde pública, e levaram ao encerramento das escolas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), metade das províncias das Filipinas está a sofrer de seca constante e 31 enfrentam períodos ou condições de seca. A ONU apela para um aumento do apoio ao país para este estar preparado para eventos climáticos semelhantes no futuro.
A organização acrescenta que a produção agrícola no país vai ser fortemente prejudicada e diz que as colheitas vão ficar abaixo da média.
Normalmente, abril e maio são os meses mais quentes nos países do sudeste asiático mas, este ano, as temperaturas foram mais altas que o normal, o que levou ao agravamento da seca.
Na passada sexta-feira, a agência meteorológica das Filipinas anunciou que 32 regiões no país podiam atingir temperaturas perigosas. Na cidade de Quezon esperava-se que as temperaturas chegassem aos 42ºC.
30 pessoas morreram na Tailândia por insolação
Na Tailândia, as autoridades anunciaram a morte de 30 pessoas por insolação e alertaram a população para evitar atividades ao ar livre.
Um meio de comunicação local referiu que a eletricidade disparou e atingiu um novo recorde no país devido ao maior uso do ar condicionado por causa das elevadas temperaturas.
Em Banguecoque, capital da Tailândia, as temperaturas atingiram os 40,1ºC na passada quarta-feira. As autoridades alertaram para um possível "índice de calor" de mais de 52ºC na quinta-feira seguinte.
33 milhões de crianças afetadas pelas temperaturas extremas no Bangladesh
As temperaturas elevadas também causaram perturbações na educação e na agricultura em Bangladesh. O país foi forçado a fechar as escolas depois das temperaturas atingirem os 40ºC em algumas regiões.
Segundo a instituição de caridade Save the Children, 33 milhões de crianças em Bangladesh foram afetadas pelas temperaturas extremas.
“Os líderes precisam de agir agora para reduzir urgentemente as temperaturas extremas, bem como incluir as crianças - especialmente as que são afetadas pela pobreza, desigualdade e descriminação - na tomada de decisões e no financiamento climático”, afirmou Shumon Sengupta, membro da organização Save the Children.
Segundo o The Guardian, milhares de pessoas no país reuniram-se em mesquitas e campos rurais para rezar pelo alívio do calor.
Ministro indiano desmaiou durante campanha eleitoral
Na Índia, onde decorrem eleições, a comissão eleitoral reuniu-se na semana passada com os responsáveis da agência meteorológica para discutir como é que vão atenuar o impacto do calor nos eleitores.
Nitin Gadkari, ministro das estradas do país, desmaiou durante a campanha eleitoral enquanto discursava. Mais tarde, o ministro disse nas redes sociais que se sentiu mal por causa do calor extremo.
Em 2023, em abril e junho, fortes ondas de calor atingiram a Índia e causaram cerca de 110 mortes devida à insolação.
Ásia continua a ser “a região do mundo mais atingida por desastres"
Segundo um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) disse que a Ásia continua a ser “a região do mundo mais atingida por desastres meteorológicos, climáticos e relacionados com a água, em 2023”.
As inundações e as temperaturas extremas, no ano passado, registaram o maior número de vítimas e perdas económicas relatadas e as temperaturas elevadas tornaram-se mais severas.
As alterações climáticas estão a provocar condições climáticas extremas em todo o mundo, o que provoca desastres mais frequentes e mortais. Pelo menos 12 das catástrofes climáticas mais graves que aconteceram na última década teriam sido evitadas se não existisse o aquecimento global provocado pelo ser humano.