A sonda Voyager 1, o objeto criado pelo Homem que está mais distante da Terra, transmitiu dados legíveis pela primeira vez em cinco meses, informou a NASA na segunda-feira.
A sonda, lançada há mais de 46 anos e que está a cerca de 24 mil milhões de quilómetros de nós, já não enviava dados científicos e técnicos fiáveis sobre o seu estado desde novembro, explicou o JPL da NASA.
No entanto, as equipas da NASA ainda conseguiam enviar ordens e a sonda continuou a funcionar.
Chegou-se agora à conclusão que o problema estava num chip de um dos computadores de bordo, responsável por formatar os dados científicos e técnicos antes de os enviar para a Terra.
Os especialistas conseguiram encontrar uma solução, embora a Voyager 1 ainda não esteja a enviar dados científicos válidos, pelo menos envia informações úteis sobre a sua “saúde” e o status operacional dos seus sistemas a bordo.
As míticas sondas da NASA no espaço interestelar
Voyager 1 e Voyager 2 foram lançadas em 1977 e são as únicas sondas a viajar no espaço interestelar. Levam cada uma gravações de sons e imagens da Terra em placas de ouro e cobre.
A Voyager 1 tornou-se a primeira nave a entrar no espaço interestelar em 2012 (*) e está atualmente a cerca de 24 mil milhões de quilómetros da Terra.
A Voyager 2 deixou a bolha protetora do Sol, chamada heliosfera, em 2018 para entrar no espaço interestelar. Está atualmente a mais de 19,9 mil milhões de quilómetros da Terra.
Antes de deixar o sistema solar, tornou-se a única sonda a sobrevoar Urano e Neptuno.
(*) Há dúvidas se não terá sido a sonda Pioneer 10 a primeira a entrar no espaço interestelar. Foi a primeira nave espacial colocada numa trajetória para sair do sistema solar para o espaço interestelar e a última comunicação que enviou para a Terra foi em 2003.