O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu esta quarta-feira aos países aliados que priorizem o envio de armas para a Ucrânia se defender da Rússia, em detrimento da necessidade de cumprir as metas de reservas da organização para autodefesa.
"Se os aliados forem confrontados com a escolha entre cumprir os objetivos de capacidade da NATO e prestar mais assistência à Ucrânia, a minha mensagem é clara: enviem mais armas para a Ucrânia", sublinhou Stoltenberg, durante uma conferência de imprensa, depois de se ter reunido com os líderes dos Países Baixos, Dinamarca e República Checa.
Stoltenberg confirmou ainda que a reunião do Conselho NATO-Ucrânia, solicitada pelo Presidente ucraniano terá lugar na sexta-feira, com a presença de Volodymyr Zelensky e dos ministros da Defesa aliados para "abordar as necessidades mais urgentes de apoio à Ucrânia", em particular a defesa aérea e as munições de artilharia.
O encontro ocorrerá dias depois de Zelensky ter censurado os seus parceiros por a Ucrânia não receber a mesma ajuda que Israel, que foi apoiado por diferentes países para abater 'drones' e mísseis iranianos na sequência do ataque de Teerão, na noite de sábado para domingo.
"Os drones e os mísseis 'Shahed' representam riscos de escalada diferentes, mas será que as vidas humanas e o valor das pessoas são diferentes? Não, não são. Valorizamos todas as vidas da mesma forma", sublinhou o líder ucraniano.
O secretário-geral da NATO afirmou que é "importante que todos os aliados alcancem e cumpram os objetivos de capacidade".
"Mas apercebi-me de que, pelo menos a curto prazo, pode haver um conflito entre cumprir todos os objetivos e fornecer o que a Ucrânia precisa agora, e foi por isso que deixei claro que se a única forma de apoiar a Ucrânia é ficar aquém dos objetivos de capacidade da NATO, então é esse o caminho a seguir", afirmou.
Stoltenberg reuniu-se esta quarta-feira com os primeiros-ministros da República Checa, Petr Fiala, da Dinamarca, Mette Frederiksen, e dos Países Baixos, Mark Rutte, para discutir a forma de fornecer mais sistemas de defesa aérea à Ucrânia, "porque a situação no campo de batalha continua muito difícil".
A Dinamarca anunciou um novo e importante pacote de ajuda, os Países Baixos acabaram de confirmar mais 4 mil milhões de euros de ajuda militar adicional a Kiev e a República Checa continua a liderar uma iniciativa que está a angariar centenas de milhões de euros para enviar mais projéteis de artilharia para a Ucrânia.