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Moscovo admite dialogar com Kiev tendo em conta "nova realidade" no terreno

O porta-voz do Kremlin diz esta nova realidade territorial se refere às regiões anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Lamentou ainda que a Ucrânia tenha decidido proibir qualquer negociação com a Rússia, uma vez que, Putin tem expressado vontade de dialogar.

Moscovo admite dialogar com Kiev tendo em conta "nova realidade" no terreno

A Rússia admitiu esta sexta-feira dialogar com a Ucrânia com base nos acordos de Istambul discutidos com Kiev em março de 2022, desde que tenham em conta "a nova realidade" no terreno.

"Pode basear-se, entre outras coisas, nesse documento [de Istambul], mas, desde então, houve muitas mudanças, temos novas regiões inscritas na Constituição, o que não existia há dois anos", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

O porta-voz do Kremlin referia-se às regiões anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Sete meses depois da invasão, em setembro, Moscovo juntou Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia à Península da Crimeia, que já tinha anexado em 2014.

"Portanto, há uma série de novas realidades das quais não se pode abstrair, mas ao mesmo tempo [o acordo de Istambul] pode ser a base para iniciar as negociações", disse Peskov, citado pela agência espanhola EFE.

Peskov lamentou na quinta-feira que a Ucrânia tivesse decidido proibir por decreto qualquer negociação com a Rússia e disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, tem expressado repetidamente a vontade de dialogar.

"Mas ainda não vemos nenhuma oportunidade para isso", disse Peskov.

Segundo meios de comunicação social russos independentes, a Turquia propôs um projeto de acordo a Moscovo e Kiev, que inclui o congelamento das hostilidades e referendos em 2040 nos territórios ucranianos anexados por Moscovo.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a anexação das cinco regiões pela Federação Russa.

Kiev tem exigido a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, como pré-condição para eventuais negociações de paz com Moscovo.

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