Mundo

Correspondente SIC

Na linha da frente: artilheiros vivem debaixo da terra pela paz na Europa

Os ucranianos continuam a combater, após dois anos do início da invasão russa ao seu país. A reportagem na frente leste é da correspondente da SIC na Ucrânia, Iryna Shev.

Loading...

Os soldados ucranianos estão há dois anos a combater as forças russas. Há 730 dias que fazem frente ao perigo. Dizem que sentem a intensificação da ofensiva das forças russas e esperam pela chegada dos caças F-16. Acreditam que a Europa poderá ter que vir a pagar com o próprio sangue, se não ajudar a Ucrânia a tempo.

As paisagens do Donbas contrastam com a vida relativamente calma das cidades ucranianas afastadas da linha da frente.

Aqui, os poucos civis que ficaram, vivem escondidos e os caminhos esburacados servem para os soldados seguirem para as posições.

"Avô", nome de código deste militar de 62 anos, leva-nos para uma delas, na frente leste, direção de Kreminna.

A equipa de reportagem da SIC foi recebida por um grupo de artilheiros da Guarda Nacional Ucraniana. O comandante de secção tem 27 anos.

Os soldados que estão são todos voluntários, civis que pegaram em armas no início da grande guerra.

Os artilheiros mudam de posição com frequência.

Cavar trincheiras faz parte do trabalho e uma delas tem menos de 20 metros quadrados.

Fora dela, o som é de constantes explosões. O ponto de contacto entre as forças ucranianas e as forças russas é bastante próximo.

Os soldados ficam dentro da trincheira, resguardados, à espera de receber ordens.

À espera também está OTO Melara, um canhão de artilharia italiano com pelo menos 60 anos.

Os soldados dizem que funciona bem, mas que a idade vai dando sinais.

Ao chegar a ordem, os artilheiros são rápidos a reagir. Cada um sabe exatamente o que tem que fazer.

Depois, com o objetivo comprido, de regresso à trincheira. Os soldados têm muito para dizer.

"O mais importante é que as pessoas nas sua casas não sintam aquilo que nós sentimos. Temos estado a pagar um preço muito elevado. Estes dois anos fomos obrigados a passar o tempo não de férias ou ao pé do mar, mas aqui, debaixo da terra. Isso é um preço muito elevado pela paz da Europa", disse um deles.

Um preço que acreditam que vários outros países da Europa e até os Estados Unidos vão pagar com o próprio sangue, se não ajudarem ao esforço de guerra da Ucrânia, agora.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do