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Europa quer recuperar a autonomia para ir ao espaço com o novo Ariane 6

A ESA quer que 2024 marque o regresso autónomo da Europa ao espaço com o novo foguetão Ariane 6, a retoma das atividades do Vega-C e o lançamento da missão de defesa planetária Hera, entre outros objetivos.

Europa quer recuperar a autonomia para ir ao espaço com o novo Ariane 6
Nadia Imbert-Vier / ESA

A Agência Espacial Europeia (ESA) quer que o ano de 2024 marque o regresso autónomo da Europa ao espaço com o voo inaugural do novo foguetão Ariane 6, a retoma das atividades do Vega-C e o lançamento da missão de defesa planetária Hera. Estes são alguns dos assuntos que vão ser abordados pelo diretor-geral da ESA na conferência de imprensa anual a 11 de janeiro de 2024.

Uma nova turma de astronautas europeus, o lançamento de novos satélites como o satélite de observação da Terra EarthCare são alguns dos objetivos do plano de atividades da ESA para 2024.

Voo inaugural do Ariane 6

O grande momento do ano para a ESA será, depois de vários atrasos, o voo inaugural do Ariane 6, previsto entre 15 de junho e 31 de julho, um novo foguetão que dará novamente à Europa acesso autónomo ao espaço.

Com este novo foguetão, que se encontra agora em testes finais, será possível chegar à órbita terrestre e ao espaço profundo, o que facilita a navegação europeia, a observação da Terra, os programas científicos e de segurança.

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Retomados os voos do Vega-C

No outono serão retomados os voos do Vega-C, um lançador de tamanho médio que expandirá a autonomia da Europa no espaço, facilitando novas possibilidades de missão, incluindo operações de regresso à Terra com o veículo de reentrada espacial ESA Rider.

Lançamento da missão de defesa planetária Hera

Outro destaque do ano será o lançamento missão espacial Hera, a primeira missão europeia de defesa planetária e a segunda parte de um projeto iniciado pela NASA com a sonda DART que, em setembro de 2022, colidiu com um asteroide para desviá-lo.

Com lançamento previsto para o final de 2024, Hera levará uma sonda a viajar até Didymos, um sistema de dois asteroides próximo da Terra, onde deverá chegar no final de 2026.

Em colaboração com a NASA, Hera vai fazer o estudo detalhado sobre o pós-impacto da sonda norte-americana DART em Dimorphos, uma lua na órbita de um dos asteroides.

Dimorphos tornou-se assim no primeiro objeto no Sistema Solar a ter sua órbita deslocada pelo esforço humano de forma mensurável.

Colisão da missão DART da NASA com Dimorphos (à direita), a pequena lua do sistema binário Didymos (à esquerda).
ESA-Science Office

Nova turma de astronautas europeus

Em abril, a nova turma de astronautas europeus, a primeira em 10 anos, finalizará o seu percurso de mais de um ano de formação.

A turma de astronautas da ESA de 2022. A maioria dos membros da reserva de astronautas fez a sua primeira visita em grupo ao Centro Europeu de Astronautas (EAC) em Colónia, Alemanha, esta semana.
ESA

Em novembro de 2022 a Agência Espacial Europeia revelou os cinco novos astronautas de carreira: três homens (de Espanha, Bélgica e Suíça) e duas mulheres (de França e Reino Unido).

Entre os novos astronautas há pilotos, um médico e um neurocientista.

Os novos astronautas de carreira, iniciaram este ano o programa de treinos para futuras missões espaciais e vão juntar-se ao atual corpo ativo de sete astronautas da ESA - de Itália (2), Alemanha (2), Reino Unido (1), Dinamarca (1) e França (1).

Estação Espacial Internacional

A atividade da ESA continuará na Estação Espacial Internacional (ISS). Em meados de janeiro viajará Marcus Wandtm, especialista da missão Axiom-3 que tem previstas atividades de investigação e divulgação de microgravidade durante 14 dias.

O primeiro astronauta dinamarquês Andreas Mogensen, que está na Estação Espacial desde agosto para a missão Muninn, com mais de 20 experiências científicas europeias, regressará à Terra no final de fevereiro.

A ISS é o maior laboratório científico construído fora da Terra. Está em órbita há mais de 25 anos a cerca de 400 km de altitude. O primeiro módulo foi lançado a 20 de novembro de 1998, mas a evolução é contínua. É a maior construção que o Homem fez fora da Terra numa parceria que junta nações "rivais".

A 26 de julho de 2022, a Rússia anunciou que vai deixar de operar a Estação Espacial a partir de 2024, mas em maio de 2023 acabou por concordar permanecer a bordo até 2028.

Novos satélites

Vários satélites também estão planeados para serem lançados este ano. Em maio será a vez do EarthCare, uma iniciativa conjunta entre a ESA e a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA).

O satélite investigará o papel que as nuvens e os aerossóis desempenham na reflexão da radiação solar incidente de volta ao espaço e na captura da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra para melhor compreender a evolução da temperatura no nosso planeta.

No verão, a missão Proba-3 será lançada a bordo de um veículo da Organização Indiana de Investigação Espacial (ISRO), com dois pequenos satélites que estudarão a ténue coroa solar e a atmosfera circundante, além de utilizar tecnologias inovadoras para medir a posição com precisão das duas naves espaciais.

Com Lusa

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