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"É o mal menor": família deixa abrigo sobrelotado e sem condições em Gaza para voltar à casa em ruínas

Milhares de palestinianos deslocados têm sido acolhidos em escolas, hospitais e outros abrigos, que estão agora cada vez mais sobrelotados. Faltam as condições de higiene e aumenta o risco de infeções e doenças.

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Em Gaza, os abrigos estão cada vez mais sobrelotados. Começam a faltar as condições de higiene e a aumentar as doenças. Há famílias que preferem regressar às suas casas, apesar de estarem completamente destruídas.

A família Kullab faz agora a higiene na rua, no meio do entulho e do lixo, com recurso a um tanque, de onde vem também a água para beber. O pão, que alimenta a família, é cozido num vão de escada. Foi o que restou do prédio onde vivia a família, depois de um ataque israelita em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

"Estamos a remendar os pedaços das nossas vidas aqui, para que as mulheres e as crianças possam viver no meio desta destruição completa", disse Ramzi Kullab.

Viver no meio da destruição é, ainda assim, um mal menor para esta família. Tal como um milhão e meio de palestinianos, chegaram a deixar a casa onde viviam e foram acolhidos num abrigo, mas acabaram por regressar.

"É melhor os nossos filhos ficarem aqui do que estarem rodeados de doentes, más condições, fome e medo", explicou o pai.

Milhares de palestinianos deslocados têm sido acolhidos em escolas, hospitais e outros abrigos, que estão agora cada vez mais sobrelotados. Faltam as condições de higiene e aumenta o risco de infeções e doenças.

Com as redes de saneamento danificadas e os hospitais em rutura, a Organização Mundial de Saúde avisa que a situação é cada vez mais preocupante. Só no último mês, foram registados mais de 33 mil casos de diarreia, 55 mil infeções respiratórias e milhares de outros casos de sarna, varicela e outras doenças. Grande parte das vítimas são as crianças.

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