Guerra Rússia-Ucrânia

Quais as reações no Brasil às palavras de Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia?

A jornalista brasileira e comentadora da SIC, Giulliana Miranda, analisa o impacto ao nível interno das declarações do Presidente brasileiro sobre a guerra na Ucrânia.

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Giulliana Miranda realça que as declarações do Presidente Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia sem sempre coincidem com a posição da diplomacia do Brasil. A jornalista brasileira sublinha também que o Brasil está muito distante dos assuntos da guerra, uma distância que não é só geográfica. O impacto das palavras de Lula foi sentido mais pelo facto de estarem a ser faladas e criticadas no exterior.

O Presidente brasileiro propôs este domingo uma mediação conjunta com China e Emirados Árabes Unidos (EAU) na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, uma questão que disse ter discutido em Pequim e em Abu Dhabi.

Luiz Inácio Lula da Silva, que concluiu uma visita aos EAU depois de ter estado na China, também reafirmou as acusações aos EUA e à União Europeia de prolongarem a guerra.

Giulliana Miranda sublinha que o Brasil está muito distante da guerra - “Nós estamos a uma distância enorme em relação à guerra, uma distância geográfica e também uma distância em termos de isso não ser um assunto muito falado”.

“A própria comunicação social do Brasil cobre de maneira quase protocolar a guerra na Ucrânia. O assunto não tem propriamente um grande apelo interno, o que refletiu no Brasil destas declarações de Lula da Silva, foi o impacto no exterior”.

A comentadora da SIC explica que “Lula da Silva sente-se confortável em falar sobre esse tema porque inclusive em parte da esquerda latino-americana existe o mesmo pensamento". Giulliana Miranda diz, ainda assim, que sempre que Lula se pronuncia sobre esse assunto, acaba por ser mais uma questão diplomática para o Brasil.


A jornalista brasileira diz que “é interessante notar que, do ponto de vista do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Brasil tem uma posição um pouco diferente”.

“O Brasil foi o único país dos BRICS (grupo de países formado por cinco grandes economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a votar, em fevereiro, a favor da retirada das tropas russas do território da Ucrânia, na Assembleia Geral da ONU”.

“O discurso de Lula da Silva por vezes não está tão alinhado com o da própria diplomacia do país”, realça.

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