Economia dia a dia

Vai IVA, vem IVA. É desta que o IVA zero acaba? Vamos pagar mais pelos alimentos?

Esta quarta-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos do fim do IVA zero a 5 de janeiro deste ano. Só o fim desta medida significa um aumento de 6% nos preços dos alimentos abrangidos. Mas há mais e nós contamos tudo em menos de 2 minutos

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O novo ano 2024 já chegou e com ele chegam aumentos de preços nos mais variados setores.

Desta vez, falamos de aumentos de mais de 10%, que levam o cabaz alimentar básico a atingir o valor mais alto de sempre.

Vai acontecer já no dia 5 de janeiro, quando o IVA Zero terminar. Ou seja, a medida que retirava o valor do imposto a pagar pelos consumidores, em 46 produtos básicos alimentares, acaba, por isso, o IVA volta à taxa que tinha até abril do ano passado e os consumidores têm de o voltar a pagar. Só isto, já fazia saltar os preços em 6%.

Mas ainda se acrescentam outras atualizações de preços do início do ano, que, segundo as contas feitas pelo Expresso, fazem subir o aumento para os já noticiados 10%, sendo que em alguns produtos, como o azeite, o aumento pode ser ainda mais expressivo.

Lembra-se do cabaz de 63 produtos essenciais da Deco Proteste? Quando começou a ser monitorizado, na véspera do início da guerra da Ucrânia, a 23 de fevereiro de 2022, custava pouco mais de 183 euros. Feitas as contas, depois dos últimos aumentos, o cabaz deverá estar a custar cerca de €250.

Significa isto que para comprar os mesmos produtos de há quase dois anos, o consumidor irá estar a gastar mais cerca de 67 euros.

A atualização de preços vai ser bastante sentida este ano, por causa do aumento dos preços de produção e transporte.

E segundo disse ao Expresso, o diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier, o maior impacto junto do consumidor vai fazer-se sentir no final de janeiro, quando já tiverem sido escoa­dos das prateleiras todos os produtos que ainda tinham os preços antigos.

O Governo diz que o imposto será reintroduzido, mas haverá, em compensação, um “reforço permanente dos apoios sociais a cerca de 1,5 milhões de pessoas, no valor total de €550 milhões”.

Na audição desta quarta-feira, na Assembleia da República, a ASAE, pela voz do seu inspetor-geral, Luís Lourenço, disse que “provar a responsabilidade da pessoa coletiva nem sempre é fácil.”

Informou que foram levantados, em 2023, 174 processos por crimes de especulação, 88 dos quais foram delegados na ASAE, mas os números ainda são provisórios e é difícil encontrar um culpado.

As condições de vida dos portugueses têm vindo a degradar-se nos últimos anos. Segundo o INE, a pobreza agravou-se e aumentou a percentagem da população sem capacidade financeira para fazer face a despesas inesperadas ou manter a casa aquecida. Agora, os aumentos deste início de 2024 poderão piorar a situação das famílias mais vulneráveis.

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