Curiosidades da Ciência

Truque de Sherlock Holmes ajuda a melhorar a memória

Um método simples usado pelo brilhante detetive inglês pode ser a chave para reter a informação e formar memórias mais duradouras.

Truque de Sherlock Holmes ajuda a melhorar a memória

O método de Sherlock Holmes para relembrar pequenos detalhes, conhecido como o "método de loci", pode realmente ajudar a melhorar a capacidade de memória, revela um novo estudo. Na investigação com "campeões da memória" e leigos na matéria foram usados exames ao cérebro para estudar como este truque tão antigo é tão eficaz - com resultados surpreendentes mesmo após quatro meses.

É um truque tão antigo como a nossa civilização ocidental, criado pelos gregos antigos que o utilizavam com muito sucesso (conta a lenda ). Mas talvez tenha sido uma personagem de ficção que o tenha tornado popular. Sherlock Holmes, ou pelo menos a interpretação feita pelo ator Benedict Cumberbatch do famoso detetive privado da Londres de final do século XIX, consegue lembrar-se de uma imensa quantidade de informação criando um "palácio da memória", uma técnica que consiste na visualização de locais familiares para ajudar a recordar a informação.

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"A prática leva à perfeição"

Parece simples, mas é uma técnica que precisa de prática. Os cientistas quiseram perceber como funciona cérebro para otimizar este truque.

No estudo publicado na revista científica Science Advances, cientistas do Centro Médico da Universidade Radboud nos Países Baixo realizaram duas experiências.

Em primeiro lugar, avaliaram 17 dos melhores "campeões da memória" do mundo, extremamente familiarizados com o método de loci, e 16 não especialistas. Esta parte da experiência mostrou que os "atletas da memória" foram capazes de lembrar uma média de 72 palavras, enquanto o grupo de "leigos" se lembrou de 43.

Na segunda parte da experiência, foram testados 50 não especialistas de memória. Uma parte deste grupo teve um intenso treino com o método de loci, à outra parte do grupo foi dado um treino menos rigoroso ou mesmo nenhum.

Foi apresentada aos participantes uma longa lista de palavras que todos tinham de memorizar por ordem. Ao fim de 20 minutos bem como 24 horas depois de todos verem a lista, todos aquels que foram treinados com o método de loci foram capazes de se lembrar de mais palavras do que as outras pessoas.

Todos os participantes foram novamente testados quatro meses depois. Mais uma vez, o grupo treinado com o método de loci superou significativamente os outros grupos - este grupo recordou em média 50 palavras, o grupo que treinou um pouco recordou 30 palavras e o grupo que não treinou nada recordou 27 palavras.

Através de ressonância magnética, os cientistas descobriram que tanto os "atletas da memória" como os participantes não especialistas que foram treinados com este método menor atividade neuronal em várias áreas do cérebro que desempenham um papel no processamento da memória espacial o que, segundo os investigadores, revela uma "eficiência neuronal". Por outras palavras, esta diminuição na atividade neuronal é na realidade reflexo de maior destreza e eficácia do desempenho do cérebro e não uma capacidade inferior.

"O que é interessante constatar é que os efeitos foram surpreendentemente semelhantes entre os campeões da memória e o grupo que treinou a memória", segundo Isabella Wagner, autora principal do estudo e investigadora em neurociência na Universidade de Viena, "O método de loci obviamente requer tempo e prática regular e, portanto, pode não ser adequado para todos, mas é definitivamente possível 'impulsionar' a memória e atingir um desempenho de memória alto ou mesmo excepcional"

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