O suspeito do ataque de terça-feira ao Centro Ismaili foi transferido do Hospital de São José para o Curry Cabral, em Lisboa, apurou a SIC. A Polícia Judiciária (PJ) deverá realizar esta quarta-feira buscas na casa de Abdul Bachir.
A PJ esteve na terça-feira no prédio de Abdul Bachir em Odivelas, mas não chegou a entrar na casa. Foram apenas feitas perguntas ao administrador, enquanto se esperava pelo mandado de busca.
"Não entraram lá dentro, estão à espera. A segunda chave encontra-se com o proprietário", conta Armando Pinto, administrador do prédio.
Os vizinhos descrevem o atacante como um homem pacato, que não causava problemas e cuidava bem dos filhos.
Abdul Bachir foi transferido de hospital
O agressor foi operado no Hospital de São José, sob custódia policial, na terça-feira. No entanto, foi, entretanto, transferido para o serviço de ortopedia do Hospital Curry Cabral, onde poderá voltar a ter ser submetido a uma cirurgia. Ao que tudo indica, Abdul Bachir deverá permanecer internado, no mínimo, durante os próximos dez dias. Quando tiver alta hospitalar será desde logo presente a um juiz de instrução criminal.
Ao que a SIC apurou, trata-se de um refugiado afegão ismaelita, residente em Odivelas, é viúvo, após ter perdido a mulher num campo de refugiados na Grécia, e pai de três filhos menores, com 9, 7 e 4 anos de idade. O suspeito terá 29 anos e sofrerá de problemas psiquiátricos.
O homem terá recebido um telefonema, antes do ataque, que o deixou alterado.
Centro Ismaelita um dia após o ataque
As aulas no Centro Ismaelita estão esta quarta-feira suspensas. No local, há "poucas movimentações", relata a jornalista da SIC Marta Sobral.
Desde as 07:00, houve apenas um "entra e sai por parte de funcionários".
O porta-voz da comunidade ismaelita em Portugal, Faizal Ali, confirmou numa curta declaração aos jornalistas que o suspeito “atacou três pessoas, provocando a morte de duas pessoas da nossa comunidade que muito estimávamos”.
A “comunidade muçulmana ismaili está de luto e em choque com estes trágicos acontecimentos”, afirmou.
Às famílias das vítimas, assegurou, “já oferecemos todo o apoio possível num momento tão doloroso”.
O porta-voz da comunidade ismaelita agradeceu “as centenas de mensagens solidárias” quer de governantes, quer de toda a sociedade civil portuguesa.
Afegão fez vídeo há dois anos a pedir apoio ao SOS Refugiados
O afegão fez um vídeo em outubro de 2021, antes de vir para Portugal. Nele, Abdul Bashir pedia apoio através da rede SOS Refugiados.
[Notícia atualizada às 14:06]