O bispo auxiliar de Lisboa, de Américo Aguiar, afirmou que o "prejuízo colateral" da Igreja portuguesa com as revelações dos abusos sexuais "não se compara com o sofrimento" de uma pessoa que tenha sido abusada.
Na véspera da apresentação do relatório da comissão independente que investigou os abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal, Américo Aguiar disse que "a dor não prescreve".
"Qualquer pessoa que tenha vivido o flagelo de um crime destes tem um sofrimento que não se compara com qualquer quebra de notoriedade ou prejuízo colateral que a Igreja possa ter", disse o bispo, quando questionado na SIC Notícias sobre a divulgação do relatório final da comissão independente que, no último ano, investigou os abusos sexuais de crianças na Igreja Católica em Portugal.
“Há feridas que nunca mais saram na totalidade, qualquer sofrimento que advenha à Igreja não se compara com o sofrimento que uma pessoa possa ter vivido ao ser vítima de um crime hediondo como este”.
As declarações de Américo Aguiar foram feitas no final de uma entrevista sobre a Jornada Mundial da Juventude, na qual assegurou que não conhecia o relatório e que fez um acordo com o coordenador da comissão, o pedopsiquiatra Pedro Strecht, para "estar calado durante um ano", até à altura da divulgação do relatório.