"Nem tudo está mal mas há muita coisa que não foi feita". Foi assim que o primeiro-ministro Luís Montenegro deu início à apresentação do programa “Constuir Portugal” que inclui revelou uma “nova estratégia com 30 medidas”. Uma vez mais, o social-democrata convidou “todos os partidos políticos” a participarem e a darem o seu “contributo positivo”.
“Estamos de mente e peito aberto, disponíveis para ouvir e integrar contributos de outras forças políticas”, afirmou Montenegro, durante a apresentação que decorreu na Câmara do Porto.
Esta nova estratégia para a habitação pretende "restabelecer a confiança" dos portugueses, contrariamente ao programa do anterior Governo, que "ainda estava em gestação e já tinha sido condenado ao insucesso".
"É preciso restabelecer a confiança", afirmou o primeiro-ministro que comparou o novo programa ao pacote legislativo lançado pelo anterior Governo e que "quebrou a relação de confiança antes de nascer".
"Ainda estava em gestação e já tinha sido condenado ao insucesso", defendeu, dizendo, no entanto, existirem medidas no anterior programa que foram bem elaboradas e que são para dar continuidade.
"O que está bem feito é para continuar, mas há muita coisa que ou não foi feita ou foi feita incorretamente. É preciso trilhar caminho", reconheceu, endereçando depois um convite aos partidos: “Estamos abertos a contributos, diálogos e concertações”.
O primeiro-ministro destacou também o papel dos municípios, associações e cooperativas para a concretização desta nova estratégia. "Não é possível fazer uma transformação na área da habitação sem ter os municípios como parceiros", salientou.
Também presente na apresentação da estratégia, o ministro da Habitação, Miguel Pinto Luz, destacou que o "pouco feito" em matéria de habitação nos últimos 20 anos em Portugal é uma "culpa que cabe a todos".
"É nosso objetivo colocar a habitação como o quarto pilar absolutamente essencial na construção deste estado social que garante equidade e acessibilidade social", salientou.
É intenção do Governo que esta estratégia para a Habitação, que deverá circunscrever-se a quatro segmentos de intervenção: habitação a custos controlados; arrendamento acessível; alojamento temporário; e casas de função para professores, forças de segurança e trabalhadores agrícolas, industriais e turísticos, seja elaborada nos próximos 60 dias.