O vento, a chuva e a agitação marítima dos últimos dias deixaram pescadores presos em terra, sem poderem lançar as redes ao mar. As consequências são imediatas: com menos peixe a chegar à lota, o preço aumenta.
"Nas últimas duas semanas o [preço] do peixe aumentou bastante por causa do tempo”, explica Ana Veiga, comerciante no mercado de Benfica, que para continuar a vender diz ter diminuído a margem de lucro.
Para os consumidores, deixar de comer peixe fresco não é opção. Na hora de ir ao mercado, opta-se por comprar em menos quantidade.
"Agora já não se compra dois quilos. O dinheiro não chega (...) A pescada e essas coisas compramos uma vez quando a algibeira fica um bocadinho mais recheada, que é agora a partir de dia 8. Que antes [disso] não."
De acordo com a Deco Proteste, a pescada fresca e o carapau estão no top três de produtos que mais aumentaram no último ano, a seguir ao azeite.
A pescada está 40% mais cara, com um aumento de cerca de 3,44 face a março do ano passado.
Já o carapau aumentou 29%. Custa em média mais 1,18 euros do que no período homólogo.
Portugal continua a ser dos países europeus que consomem mais peixe. Mesmo com menos quantidade, a qualidade está garantida.