Cultura

"O meu trabalho é sobre a condição humana, como artista luto pela liberdade de expressão"

Ai WeiWei apresenta esta quarta-feira a memória gráfica "Zodíaco", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A SIC entrevistou o artista e ativista chinês em Montemor-o-Novo, cidade onde vive.

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Com o ateliê em obras, é de um espaço amplo que vão sair as próximas criações de Ai WeiWei. Fica na propriedade onde vive, em Montemor-o-Novo, desde 2020. Em entrevista à SIC, o artista e ativista chinês diz que viver em Portugal é um "processo de cura" que o ajuda a pensar no que fez no passado. E é, precisamente, de memórias que é feito o novo livro.

"Ao lerem o meu livro podem entender-me e entender a China melhor. É baseado no meu livro anterior "1000 Years of Joys and Sorrows" que é a minha biografia e da minha família. Mas "Zodíaco" tem mais imaginação, está relacionado com a mitologia e com conversas com o meu filho", conta.

É uma conversa guiada pelos signos do zodíaco chinês. E que recorda episódios, como a prisão de 81 dias em 2011 numa cela de 28 metros quadrados na qual passou pela tortura de estar sempre a ser observado.

"O meu trabalho é sobre a condição humana. Sobre as pessoas que não são afortunadas. Então, como artista, eu luto pela liberdade de expressão", acrescenta Ai WeiWei.

Aos 66 anos, o artista, que é também um dos maiores opositores do regime chinês, reforça a necessidade da expressão artística para a sociedade moderna. E remata:

"A memória tem um papel muito importante no meu trabalho. Penso que sem percebermos o que aconteceu no passado, nunca nos podemos compreender. E, se não tivermos passado, não teremos futuro."

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