Cultura

Lenço feito em missangas homenageia mulher mais torturada durante a ditadura em Portugal

O Museu do Tesouro Real recebe, a partir desta quarta-feira, duas novas exposições. "Tiaras Contemporâneas" e "Jóias para a Democracia" inauguram, também, a 2.ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa.

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É o pontapé de saída para a segunda edição da Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa. O Museu do Tesouro Real inaugura duas exposições: "Jóias para a Democracia" e "Tiaras Contemporâneas".

A primeira é composta por 62 peças que homenageiam mulheres que se destacaram ou que sofreram no período da ditadura. Os artistas tiveram liberdade para escolher quem queriam distinguir como forma de celebrar os 50 anos do 25 de abril. Aurora rodrigues, por exemplo, está representada com um lenço.

"Foi uma das mulheres mais torturadas no antigo regime. Esteve 16 dias em tortura do sono. A Catarina Silva foi a artista que fez a peça para ela. É um lenço em missangas, um objeto de mão e que está relacionado, também, com a história da Aurora: quando ela esteve presa a mãe passeava por fora da prisão com um lenço que estaria como sinal que as coisas estavam bem, ou seja, que a casa dela estava segura", conta Marta Costa Reis da PIN - Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea.

Já a exposição "Tiaras Contemporâneas" tem 42 peças. Dentro e fora da caixa forte. Uma delas é da autoria de Joana Vasconcelos.

"Temos lado a lado tiaras clássicas, que foram utilizadas pela família real, com estas tiaras contemporâneas, muitas delas conceptuais, mas que têm uma mensagem política. E, tal como no passado, as tiaras e todas as jóias utilizadas pelas famílias reais tinham também uma mensagem política e uma mensagem de poder, estas tiaras também têm o seu papel," explica o diretor do museu, Nuno Vale.

As duas exposições podem ser vistas até ao dia 30 de junho no Museu do Tesouro Real, em Lisboa.

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