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Pote regressa à casa de partida

Às terças e sextas o futebol marca presença maioritária no Match Point, mas o Desporto em geral terá sempre aqui o seu espaço. Na escrita de José Manuel Freitas.

Pote regressa à casa de partida

Pedro Gonçalves, jovem médio do Sporting, tem sido, até ver, pelo que que tem jogado, mas também pelos 9 golos que apontou (e fazem dele o melhor marcador da Liga), a grande figura da principal competição futebolística nacional. E este sábado bem se pode dizer que está de regresso à casa de partida ou se se quiser a Famalicão, cidade onde se impôs e fez dele um futebolista muito cobiçado no início da temporada – o FC Porto também admitiu a possibilidade de o contratar, mas a condições oferecidas pelo clube de Alvalade (50 por cento dos direitos desportivos por 6,5 milhões de euros) foram consideradas mais atrativas pela SAD famalicense. Percebe-se porquê… olhando-se o futuro cada vez mais prometedor.

Pedro Gonçalves, um transmontano de Vidago, é, porém, mais conhecido no futebol pelo “nickname” que lhe foi colocado pelos outros miúdos do seu tempo: Pote, por ser o mais gorducho. A sua compleição física, porém, não foi entrave para que o Chaves o tivesse conquistado, tinha ele 10 anos. Foi a partir da capital do Alto Tâmega que teve início a verdadeira aventura do menino na modalidade pela qual se apaixonou, como está farta de salientar sua mãe, Maria da Conceição, à altura do filho começar a fazer da bola a sua principal companheira… roupeira no Vidago.

DE BRAGA PARA O FUTEBOL EUROPEU

Rapidamente os olheiros do Sp. Braga se interessaram por aquele miúdo cheio de técnica. Por isso, com tenros 12 anos começou a sua aventura fora do ambiente familiar e embora as saudades apertassem, essa realidade em nada impediu o seu crescimento, como também já garantiu amiudadas vezes o prof. Agostinho Oliveira, uma sumidade no que diz respeito ao futebol e formação nacional, muito particularmente no clube minhoto, que defende já nessa altura ser muito evoluído tecnicamente, muito humilde e que ele defende ser “um verdadeiro 8,35”, a melhor forma que encontra para definir um médio que surge em zonas de remate… com muito êxito. Confirma-se!

Após cinco anos em Braga, Pote foi à procura de ser feliz no estrangeiro, pois a aprendizagem desse período fora de casa forneceu-lhe os alicerces para não recear mudar para outro país. Assim, ainda júnior, passou dois anos em Valência, para etapa seguinte mostrar qualidade em Inglaterra, no Wolverhampton. Primeiro nos sub-23 (32 jogos/8 golos), depois nos sub-21 (3 jogos/1 golo), com uma incursão pela equipa principal. Essas duas temporadas no wolves abriram o apetite ao Famalicão e em boa hora apostaram no jovem médio.

GRANDE ÉPOCA EM FAMALICÃO E… SPORTING

No Famalicão, numa equipa muito bem construída por João Pedro Sousa no regresso ao escalão principal – e que na última ronda esbanjou a possibilidade de jogar pela primeira vez nas competições europeias -, o médio/avançado teve grande preponderância. Porque foi titular em 38 dos 40 jogos disputados pelos famalicenses em todas as competições, tendo obtido nove golos e realizando exibições salientadas pela Imprensa especializada. Críticas que, obviamente, motivaram especial atenção de dois dos maiores clubes portugueses, como já referimos, ganhando os leões a corrida aos dragões.

No Sporting, praticamente montado de raiz por Rúben Amorim, depois de ultrapassado o problema que lhe foi imposto pela Covid19 mesmo nos dias anteriores ao início da Liga, Pote ganhou o seu espaço e a confirmá-lo está o facto de ter sido eleito o melhor jogador jovem da competição nos meses de setembro e outubro. Este sábado, aquilo que os adeptos leoninos esperam é que possa manter o nível até agora exibido. Mesmo tratando-se, no plano emocional, do regresso à casa de partida. Só que em futebol, os jogadores só não comemoram os golos marcados aos anteriores emblemas, pois no restante… manda o profissionalismo.

FC PORTO APURADO, CHAPA QUATRO NA LIGA EUROPA

Porque a roda do futebol não para a Liga está aí outra vez com os quatro candidatos ao título com tarefas distintas. Ao Sporting, líder da competição, toca-lhe a deslocação mais complicada, pois vai, como já adiantamos, a Famalicão – na época passada deixou ali três pontos -, ao passo que o segundo da tabela, Sp. Braga, vem a Lisboa, ao Jamor, para defrontar o Belenenses SAD. O Benfica, por sua vez, defronta na Luz uma das equipas a fazer sensação da prova, Paços de Ferreira (5.º classificado), enquanto o FC Porto parece ter a noite mais tranquila, com todo o respeito pelo Tondela.

Uma jornada na sequência de mais um belo desempenho coletivo das equipas lusas nas provas europeias, que garantiram a presença na próxima fase das respetivas competições. Na Champions, ao empatar, sem golos, frente ao multimilionário Man. City (não deixam de espantar as reações acaloradas dos ingleses no rescaldo do desafio…), o FC Porto garantiu, mais uma vez, a passagem aos oitavos de final e continua a faturar muitos milhões de euros. Já na Liga Europa, Sp. Braga e Benfica chegaram à chapa quatro nos jogos frente a AEK (4-1), na Grécia, e Lech Poznan (4-0), na Luz, respetivamente, com noites fantásticas de Galeno e Pizzi (porque será?) desfechos que permitem melhorar, novamente, a classificação global de Portugal na tabela da UEFA.

MICK, O NOVO SCUMACHER DA F1

Romain Grosjean já deixou o hospital depois do assustador acidente que teve no último domingo, e que o deixou muito perto da morte, mas este fim de semana ainda não pode voltar a conduzir o seu Haas no mesmo circuito – realiza-se no Bahrain o penúltimo GP da época – sendo rendido pelo piloto de testes da equipa norte-americana, o brasileiro Pietro Fittipaldi, neto do antigo campeão mundial Emerson Fittipaldi.

E não regressando à competição na próxima semana, no circuito de Yas Marina, no Abu Dhabi, Grosjean despede-se da Haas sem motivos para comemorar (assim como Kevin Magnussen), pois a equipa já anunciou os pilotos que os vão render: o russo Nikita Mazepin e… Mick Schumacher. Exatamente: o filho do lendário Michael Schumacher, multicampeão mundial de F1 entra no “circo” com, no mínimo, a obrigação de honrar o nome de uma das mais míticas figuras deste desporto. Mick, que a exemplo do pai, vai começar por baixo, mas sabendo-se que a Ferrari continuará de olho nele.

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