Dia e noite, pelos céus de Kiev, não têm parado de soar as sirenes que alertam para iminentes ataques. Com o uso de mísseis supersónicos, os habitantes têm pouco tempo para procurar qualquer tipo de refúgio. Foi o que aconteceu num café do centro de Kiev.
“Ouvi vidro a partir (...). Ajoelhei-me e escondi-me debaixo do balcão. Tentei encolher-me o mais possível, mas tinha um frigorífico por baixo do balcão e não havia muito espaço. Foi assim que me salvei, não fiquei muito magoada”, conta Maria, funcionária do café.
Os ataques desta segunda-feira num bairro residencial do oeste da cidade provocaram 10 feridos, destruíram um prédio, um ginásio e obrigaram à evacuação de uma escola.
“Tive muito medo, tive um ataque de pânico. A minha saúde mental tem vindo a deteriorar-se”, conta uma jovem de 17 anos.
Este é o terceiro ataque a Kiev em cinco dias. A Força Aérea diz ter conseguido intercetar outros dois misseis balísticos, disparados a partir da Crimeia ocupada, onde a Ucrânia diz ter atingido na passada sexta-feira dois navios e mais infraestruturas da esquadra russa do Mar Negro.
Aproveitando um momento de falta de munições da Ucrânia, a Rússia está a tentar fazer avanços na região de Bakhmut, para além de ter concretizado o maior ataque dos últimos dois anos às infraestruturas energéticas ucranianas, com milhares de pessoas sem eletricidade em Kharkiv, Odessa e Mykolaiv.