Herdou da licenciatura em Engenharia Bioquímica o método e o rigor que coloca em cada tarefa, mas não mais do que isso. Sandra Marques, diretora-geral da farmacêutica Boerhinger Ingelheim em Portugal, descobriu cedo que queria mais mundo além da bata branca e das pipetas no laboratório.
Foi num estágio na BP, na área de controlo de qualidade - onde aprendeu a fazer tapetes de Arraiolos nos tempos livres - que percebeu que queria mais. Concluído o mestrado rendeu-se à indústria farmacêutica, primeiro como delegada de informação médica na Ferraz Lynce e, a partir de 1999, na Boerhinger.
Sandra Marques define-se como “uma pessoa com o coração perto da boca” e admite que “no mundo empresarial isso tem consequências”. Mas vinca que tem da carreira uma visão muito pragmática: “cabe a cada um de nós encontrar a sua motivação e propósito” e “questionar o porquê do que fazemos e como fazemos”. É essencial, diz, “termos tempo para pensar. Ficámos muito robotizados em relação ao que fazemos”.
Mãe de três filhos, em 2014 - depois de uma missão de um ano e meio na casa-mãe da farmacêutica - chegou a equacionar abrandar o ritmo profissional para se dedicar mais à família. Mas foi precisamente nesse ano que foi convidada a assumir a direção-geral da empresa em Portugal. E aceitou: “estas oportunidades não nos batem à porta duas vezes”.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: