Eduardo Aires, autor do símbolo administrativo do Governo, que o Executivo de Luís Montenegro se apressou a mudar, considera a decisão “surpreendente”. Em declarações à SIC, Eduardo Aires diz que, apesar de a medida não ser “inesperada”, causa estranheza o facto de “ter sido a primeira” coisa que o novo Governo decidiu fazer.
“A importância que lhe conferiram e a rapidez com que o fizeram fá-la assumir uma dimensão inédita”, afirma.
O autor aponta que, apesar de estar em utilização já há vários meses, a imagem começou a ser usada “como instrumento de pré-campanha por forças políticas mais à direita”, de uma forma que classifica como “descontextualizada, desinformada e violenta”, a partir do último mês de dezembro.
Em relação às críticas daqueles que discordam da remoção de símbolos tradicionais, como a esfera armilar ou as quinas do novo símbolo, no logótipo que criou, Eduardo Aires lembra que “não estamos a falar da bandeira nacional, mas de um sistema visual para a identificação e comunicação do poder executivo”.
O autor explica que o símbolo fazia parte de “um sistema de identidade visual que foi concebido para ter um funcionamento eficaz em ecrã e através das várias plataformas digitais e audiovisuais”, daí ser “mais sintético”.
A alteração do símbolo administrativo do Governo foi a primeira decisão tomada pelo novo Governo, após tomar posse, esta semana. A esfera armilar, as quinas e os castelos foram repostos, no logótipo que o anterior Executivo, de António Costa, tinha adotado no último ano.