A equipa de apoio psicossocial do Hospital da Guarda ainda não completou três anos e tem já um ficheiro de quase 10.000 doentes. As intervenções são feitas dentro e fora da unidade de saúde e têm ganho particular relevo em tempo de pandemia.
Há mais de um ano que Tânia Ribeiro de 40 anos é seguida pela equipa psicossocial do Hospital da Guarda. A mãe morreu de cancro no pulmão um mês antes do primeiro caso covid-19 em Portugal e é ali que ainda hoje tenta superar o drama familiar.
Tudo faz parte da terapia monitorizada por uma equipa experimentada.
Psicóloga há quase 20 anos reforçou em novembro de 2018 o grupo de trabalho de cuidados paliativos do hospital da Guarda. A coordenação é da médica de clínica geral e de reabilitação que não poupa sorrisos aos doentes.
Palavras e gestos que dá e recebe. Até nos domicílios. A paciente de 87 anos recupera de uma queda e a visita médica em casa é bem recebida.
A consulta flui enquanto outra começa no Hospital da Guarda com um doente com silicose pulmonar de Figueira de Castelo Rodrigo. Em 2016 deixou de poder trabalhar e ficou sem chão.
Ainda espera pela consulta de transplante, mas para já é seguido nos paliativos.
O apoio a familiares enlutados é no entanto uma das valências desta equipa. Hermínia de 52 anos perdeu a mãe, o pai ficou doente e internado em lar e só ajudou o recurso ao apoio psicológico.
Passaram quase dois anos e muita coisa mudou.
Cada rosto uma história, cada casa um caso que pede vigilância.
Psicóloga e assistente social vão à localidade de Trinta onde um idoso de 82 anos é o apoio da cunhada de 90 anos e da mulher um pouco mais nova.
E é assim há anos sem reclamar. Agradece cada palavra amiga da equipa psicossocial que tem feito a diferença.
O projeto recebe quase 103.500 euros anualmente e 92% tem de ser gasto em atividade assistencial. A próxima candidatura deve conter outras metas para continuar a ganhar em bons indicies de satisfação.