Alcoitão: há mais de meio século a reabilitar doentes

Alcoitão: há mais de meio século a reabilitar doentes

Há 56 anos que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão é uma janela de esperança para milhares de vítimas de acidentes de viação, de quedas e de doenças neurológicas.

A 20 de abril de 1966, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) abriu as portas aos primeiros doentes e tornou-se uma referência, sobretudo no tratamento das lesões vertebro-medulares.

Era uma noite de verão e Tiago vibrava com o jogo do seu clube de eleição. Para comemorar a alegria de um golo, correu para a piscina exterior de sua casa e mergulhou. Bastou um segundo para a sua vida mudar para sempre. Uma lesão na coluna deixou-o paraplégico.

Depois de um período de tratamentos no hospital e quando já se encontrava numa situação considerada estável, foi admitido no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) para um longo período de reabilitação.

A história de Tiago é apenas uma das milhares que todos os dias chega ao CMRA, organismo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) 

Mais de meio século depois de ter sido inaugurado, prossegue o seu trabalho reconhecido internacionalmente, principalmente no âmbito das lesões vertebro-medulares e das sequelas das doenças neurológicas, estendendo também a sua ação à área pediátrica. 

Fisioterapia e tecnologia na reabilitação

Com uma equipa interdisciplinar constituída por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e da fala, médicos e enfermeiros, o trabalho desenvolvido no CMRA conta, além da fisioterapia intensiva, com o especial contributo de equipamentos tecnológicos destinados à reabilitação que favorecem a autonomia dos doentes e melhoram a sua qualidade de vida.

Importantes meios complementares de diagnóstico concentram-se no Centro de Recursos Técnicos (CRT): o Centro de Mobilidade; o Laboratório da Marcha e o Laboratório de Análise da Posição de Sentado. 

No Laboratório da Marcha várias câmaras analisam a marcha e uma plataforma avalia a força articular das dezenas de pessoas que ali acorrem com dificuldades de mobilidade e que, frequentemente, precisam de colocar próteses. 

A mobilidade das pessoas é também observada por uma equipa  no Laboratório de Análise de Posição de Sentado que decide sobre o tipo de produtos de apoio que lhes devem ser atribuídos.

No CMRA, todos os doentes que sofrem de doenças que afetam a fala, a linguagem e a comunicação podem também beneficiar dos equipamentos do Centro de Recursos Técnicos (CRT) que facilitam o acesso aos computadores e possibilitam a comunicação aumentativa. Alguns desses sistemas permitem o acesso a computadores através de simples movimentos como, por exemplo, um piscar de olhos. 

Beneficiando da tecnologia, as pessoas com limitações motoras e cognitivas, conseguem maior desempenho ocupacional, ganhando mais autonomia e qualidade de vida. 

Mais de 50 anos depois, profissionais qualificados continuam a trabalhar no Centro do Alcoitão  para que simples gestos se transformem em grandes vitórias. 

Clique aqui para conhecer outras histórias do projeto Janela de Esperança,  uma iniciativa da SIC Esperança, Fundação Gulbenkian, BPI e Fundação La Caixa.