“Sacos solidários” para apoiar o terceiro setor

“Sacos solidários” para apoiar o terceiro setor

Com desperdícios e sobras da indústria têxtil, duas dezenas de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) meteram mãos à obra e confecionaram sacos de tecido. Quem os adquiriu, contribuiu para a otimização de recursos e apoiou o terceiro setor. Remunerou as instituições (IPSS, Associação ou Causa social) que os confecionaram com um valor extra para apoiar projetos sociais implementados pela SIC Esperança.

Em torno destes objetivos principais, desenvolveu-se o projeto “Saco Solidário” que juntou a SIC Esperança à empresa re.store” numa campanha que mobilizou duas dezenas de IPSS como parceiros sociais, em vários pontos do país. A 14 Instituições/Associações Sociais, acrescentaram-se seis Causas Sociais, entre as quais famílias carenciadas e de refugiados.

Sílvia Correia, responsável da re.store refere que, com esta campanha conjunta se pretende “promover a inclusão social” desses parceiros e, ao mesmo tempo, “alargar a bolsa social de parceiros sociais da re.store®”

O contacto com a SIC Esperança foi estabelecido em fevereiro de 2020 “para aferir a possibilidade de as duas marcas trabalharem uma campanha em conjunto”, esclarece Silvia Correia. “Mas, com a pandemia e o consequente confinamento, este projeto ficou adiado até ao momento em que a SIC Esperança entendeu que o Natal’2020 seria a data indicada para o lançar”, prevendo, com a sua venda, “poder apoiar projetos sociais por ela implementados.”

Ao todo, cerca de cem pessoas, de várias instituições, participaram neste projeto. O Centro de Dia de Sandim, em Vila Nova de Gaia e a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), em Lisboa, foram duas dessas organizações.

Ana Batista, do Centro de Dia de Sandim conta que a participação no projeto verificou-se durante o confinamento. As funcionárias passaram da confeção de máscaras e de material de proteção individual para a de sacos solidários. “Foi uma experiência muito agradável e uma grande ajuda para manter as pessoas a trabalhar” naquele período, diz.

Também David Gaivoto refere a utilidade da participação nesta campanha, através do atelier de costura da APSA. “As nossas máscaras até foram apontadas como das melhor confecionadas”.

Incluir pela diferença

Durante este processo, “os parceiros sociais receberam todos os componentes necessários para a confeção dos sacos, assim como formação e acompanhamento por parte da re.store®”, afirma Silvia Correia. Como principais dificuldades, aponta as logísticas “porque, para podermos incluir o maior número de parceiros sociais possível, a marca tem que assegurar a logística de todos os componentes por cada um deles e tem que depois fazer o acompanhamento da execução dos sacos.” Alguns parceiros demonstram “dificuldades em cumprir os requisitos técnicos, facto que nem sempre é fácil gerir depois de recebermos os sacos no armazém. No entanto, a base da marca e do projeto é mesmo esta, incluir pela diferença e estamos certos que as pessoas que os compram têm essa noção”, esclarece

A continuidade desta ação revelou-se na loja online da re.store®, já que os sacos solidários foram vendidos durante todo o ano de 2021

Silvia Correia acredita que este projeto “pode servir de base para outras campanhas, mas sempre com os mesmos propósitos: promover a consciencialização para com um consumo mais responsável (responsabilidade ambiental) e para com a inclusão social (responsabilidade social) e para fomentar a pedagogia para a mudança.” Na sua perspetiva, “os portugueses (sociedade civil e empresas) estão cada vez mais conscientes destes dois propósitos e são muito solidários, pelo que estamos certos que esta é uma parceria feita de futuro.”