“Espaço cultural para todos”: Museu inclusivo conta história da Covilhã

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Espaço foi considerado o melhor museu do ano.

O Museu da Covilhã, que foi distinguido com o título de melhor museu do ano, está adaptado a cegos, surdos-mudos e pessoas com mobilidade reduzida, democratizando, assim, o acesso à cultura.

O museu, situado num edifício antigo no centro cívico da Covilhã, conta a história da cidade e foi preparado para receber toda a gente, incluindo cegos, surdos e pessoas com mobilidade reduzida.

“Temos a informação de cada piso em braile nos corrimões, temos as bandas em cada degrau… Foi preciso pensar nisto tudo, fazer esta transformação para que este espaço possa ser acessível”, disse Sandra Ferreira, coordenadora do Museu da Covilhã.

Para Carlos Gaspar, engenheiro civil de 49 anos que ficou cego há quatro, depois de um acidente em casa, entrar no museu da Covilhã sossega-lhe a alma.

Para quem não vê, “toda a infromação é absorvida através da ponta dos dedos”, explicou, elogiando o museu e louvando o facto de ficar no interior do país.

O museu disponibiliza ainda um aplicativo com linguagem gestual e uma voz que auxilia na compreensão do roteiro expositivo.

“Além de complementar, ajuda-me a localizar. Quem não vê, muitas vezes, [pode] perder um pouco a orientação” porque precisa de processar muita informação, continuou Carlos Gaspar, que considera o aplicativo bastante útil.

Graças às várias valências inclusivas, o espaço recebeu no fim de maio o título de melhor museu do ano da associação portuguesa de museologia.

“Tudo foi pensado para que possa ser efetivamente um espaço cultural para todos”, disse Regina Gouveia, vereadora da Câmara Municipal da Covilhã.

“É verdade que [ainda] temos muito para fazer em termos da acessibilidade nos espaços públicos”, continuou.

A lei da acessibilidade já tem alguns anos, mas o esforço de adaptação tem aind aum longo percurso a percorrer.