Mas atenção: não é porque me sinto um ou dois dias triste ou mais casando que devo ficar preocupado. De acordo com o psiquiatra Vítor Cotovio, “todos nós temos estas coisas momentaneamente”.
O nível de preocupação deve, obviamente, estar de acordo com a gravidade de cada situação. Como se costuma dizer, cada caso é um caso. “Se você olha para uma pessoa e vê que o humor dela anda triste ou que anda muito sobressaltada e muito agitada e que isso está a trazer um sofrimento e uma intensidade e uma persistência e que já está a tornar a pessoa disfuncional, porque não se concentra, dorme mal, ou tem sono a mais, ou tem o apetite desregulado, ou porque está mais irritada”, é fundamental, então, analisar a intensidade e a persistência dos sinais.
“No fundo é uma matriz, que é como se fosse uma grelha, através da qual você tenta ler o que é que se está a passar”, explica Vítor Cotovio.
Para o psiquiatra, nesta grelha pode caber a alteração do sono, o humor deprimido, a falta de vontade, a agitação constante, um coração que está sempre sobressaltado, ou as coisas mais complicadas psicóticas, quando existem as alucinações e os delírios.
Depois dos sinais identificados e analisados, “é fundamental que a pessoa perceba quando é que há uma mudança de padrão. E que a mudança não são só sentimentos que a pessoa está a viver momentaneamente, mas aqueles sentimentos passaram a estados". Um sentimento é diferente de um estado.
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